Está de volta o Grande Prémio de Portugal em MotoGP, com o Autódromo Internacional do Algarve (AIA) a receber novamente a segunda ronda do calendário da época de 2024.
De 22 a 24 de março o circuito de Portimão vai ser o palco da prova algarvia. A corrida deste ano terá algumas novidades como a estreia do mundial Moto2E.
Entre os 22 pilotos presentes, destaque para o português Miguel Oliveira. O piloto luso mostra-se confiante na prestação da Aprilia. As coisas não arrancaram da melhor forma no arranque da época, a sua sexta no Mundial de Motociclismo, com o 15.º lugar no Qatar. Ainda assim, o piloto natural de Almada acredita num bom resultado numa prova onde venceu em 2020.
"Sei que depois do meu resultado na corrida do Qatar, dizer que vou lutar pela vitória talvez esteja a ser um pouco ambicioso, mas eu sei exatamente do que sou capaz de fazer", atirou o Falcão em conferência de imprensa.
Para o piloto da Track House "tudo é possível". Recorde-se que no ano anterior as coisas não lhe correram de feição depois de ter sido abalroado por Marc Márquez no início da corrida.
Para já, Miguel Oliveira soma um ponto conquistado, depois do arranque no Qatar.
Francesco Bagnaia, em Ducati, atual bicampeão, confessou que o GP Prémio de Portugal é uma das corridas favoritas.
"Eu tenho de dizer que adoro esta corrida, é uma das minhas favoritas. Estou bastante confiante, porque com esta mota de 2024 conseguimos ser mais competitivos", atirou.
Apenas três pilotos sabem vencer em Portimão
O piloto português foi o primeiro a abrir a garrafa de Champanhe no pódio em 2020. Desde então apenas venceram o francês Fabio Quartararo (Yamaha) e o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) venceram em Portimão, na categoria rainha do motociclismo de velocidade.
Ainda assim, o piloto mais bem-sucedido em terras algarvias até é estreante na categoria principal. O espanhol Pedro Acosta (GasGas) já festejou por três vezes, uma em Moto2 e duas em Moto3.
Em MotoGP, Bagnaia soma dois triunfos, tantos quantos Quartararo, contra apenas um de Miguel Oliveira.
Como surgiu o Grande Prémio de Portugal
A história do Grande Prémio de Portugal começou em 1987, mas, nesse ano, a prova disputou-se no circuito madrileno de Jarama, em Espanha, onde venceu o norte-americano Eddie Lawson (Yamaha), num ano em que o australiano Wayne Gardner (Honda) se sagrou campeão.
Um ano mais tarde, na segunda edição do Grande Prémio de Portugal em território espanhol, no circuito andaluz de Jerez de la Frontera, mas, à última da hora, o Governo português não autorizou o uso da denominação, pelo que a prova passou, oficialmente, a designar-se GP Expo'92, de Sevilha.
A partir de 2000, o Grande Prémio de Portugal regressou ao Mundial, já em solo nacional, no circuito do Estoril, onde se manteve até 2012.
Nesse período (13 edições), apenas por cinco vezes o vencedor da prova acabaria por se sagrar campeão mundial. Aconteceu com o italiano Valentino Rossi em 2001, 2002, 2003 (com a Honda) e 2004 (em Yamaha), e com o espanhol Jorge Lorenzo (Yamaha), em 2010.
Nas restantes oito ocasiões, o vencedor no Estoril acabou por perder o campeonato.
A pandemia de covid-19 fez a caravana regressar a Portugal, mas para o Algarve, que se tornou no 72.º circuito diferente a receber uma prova do Mundial, sendo o 29.º traçado a acolher a classe rainha do campeonato, que desde 2002 se designa de MotoGP.
Já no Algarve, o português Miguel Oliveira (KTM) venceu na estreia de Portimão, em 2020, ano que consagraria o espanhol Joan Mir como campeão.
O ano de 2021 voltou a ser exceção, a sexta em 18 visitas a Portugal. O francês Fabio Quartararo (Yamaha) ganhou no circuito algarvio e conquistaria a coroa no final da temporada.
Na segunda visita que o campeonato fez a Portugal nessa época, - a segunda corrida chamou-se Grande Prémio do Algarve e aconteceu devido ao cancelamento da corrida na Austrália pela pandemia –, a vitória sorriu ao italiano Francesco Bagnaia (Ducati).
Quartararo, o protagonista da última exceção à 'regra', venceu em 2022 no AIA, mas este 'bis' deu-lhe, então, a liderança partilhada do campeonato com o espanhol Álex Rins, mas, no fim do ano foi o seu antecessor que celebrou - e se tornou seu sucessor no historial do Mundial.
Em 2023, seria Bagnaia a vencer novamente.
Nos construtores, Yamaha soma mais dois triunfos do que a Honda na categoria rainha no Grande Prémio de Portugal, sendo que o triunfo de Miguel Oliveira em 2020, e de Bagnaia, em 2021, permitiu à KTM e à Ducati intrometerem-se neste domínio nipónico.
Curiosamente, a Honda nunca venceu em Portimão, sendo mesmo o único construtor a falhar um pódio neste circuito.
Entre os pilotos, Rossi é o mais vitorioso, com cinco triunfos (um em 500cc e quatro em MotoGP), seguido dos espanhóis Jorge Lorenzo (três em MotoGP), Toni Elias (uma em MotoGP e duas em 250cc) e Álvaro Bautista (duas em 250cc e uma em 125cc), enquanto Stoner e Quartararo venceram duas vezes em Portugal.
A vitória de Toni Elias, em Honda, em 2006, foi a que teve a margem mais curta de sempre (dois milésimos de segundo) para o segundo, Valentino Rossi.
Também a vitória do espanhol Alex Crivillé em Brno, na República Checa, em 1996, teve idêntica diferença para o australiano Mick Doohan.
Se o espanhol Marc Márquez (Ducati) vencer, passarão 882 dias desde o último triunfo do catalão, no GP da Emilia Romagnia, em 2021.
A 20.ª edição do Grande Prémio de Portugal vai ser disputada pelo quinto ano consecutivo no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, que recebe uma corrida do campeonato pela sexta vez, entre sexta-feira e domingo, na segunda jornada da 76.ª época do principal Campeonato do Mundo de motociclismo de velocidade.
Impacto económico no Algarve pode chegar aos 80 milhões de euros
O presidente do Turismo no Algarve estima ganhos de cerca de 80 milhões de euros no Grande Prémio do Algarve, a segunda etapa do Mundial de Motociclismo.
De acordo com André Gomes, a estimativa económica para este ano “é idêntica à do ano passado, que teve um impacto global superior a 79 ME”, entre receitas diretas e indiretas.
Para o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), a prova “é extremamente importante para a dinamização da economia regional e para a projeção internacional do destino Algarve”.
Segundo André Gomes, em março de 2023, mês em que decorreu a prova, “foi o melhor março de sempre em termos de ocupação hoteleira”, com o registo de mais 11% do que em 2019 e mais 14% do que 2022.
“É uma competição que se realiza em período de época baixa, contribuindo para a dinâmica do tecido empresarial e da hotelaria que, neste momento, se encontra quase em pleno da sua capacidade”, apontou.
Segundo André Gomes, a junção de datas do MotoGP e da Páscoa “acaba por contribuir para uma permanência mais alargada” de turistas neste período, “com muita gente a deslocar-se para o Algarve mais cedo de forma a assistir à prova”.
“Além dos turistas, provas desta dimensão movimentam milhares de pessoas, entre adeptos, elementos das equipas participantes e da organização”, concluiu.
O Grande Prémio de Portugal de MotoGP, que vai ser disputado entre sexta-feira e domingo, vai ser a segunda de 21 provas do Campeonato do Mundo.
Se pretende assistir ao vivo ao Grande Prémio, deixamos-lhe os horários dos vários dias.
Horários no Autódromo Internacional do Algarve de 22 a 24 de março
- Abertura de portas: 08H00 (22 de março) e 07H45 (23 e 24 de março)
- Início atividades em pista: 09H00 (22 de março), 08H40 (23 de março) e 09H40 (24 de março)
- Fecho das portas: 17H45 (22 e 23 de março) e 16H30 no dia 24 de março
Sábado 23 de março
- 8H40 – 9h10 – Moto3 – Treino 2
- 9h25 – 9H55 – Moto2 – Treino 2
- 10H10 – 10h40 – MotoGP – Treino Livre 2
- 10H50 – 11H05 – MotoGP – Qualificação 1
- 11H15 – 11H30 – MotoGP – Qualificação 2
- 12H15 – MotoE – Corrida 1 (7 voltas)
- 12H50 – 13H05 – Moto3 – Qualificação 1
- 13H15 – 13H30 – Moto3 – Qualificação 2
- 13H45 – 14H00 – Moto2 – Qualificação 1
- 14H10 – 14H25 – Moto2 – Qualificação 2
- 15H00 – MotoGP – Corrida Sprint (12 voltas)
- 16H10 – MotoE – Corrida 2 (7 voltas)
Domingo 24 de março
- 9H40 – 9H50 – MotoGP – Warm Up
- 10H00 – 10H40 – MotoGP – Rider Fan Parade
- 11H00 – Moto3 – Corrida (19 voltas)
- 12H15 – Moto2 – Corrida (21 voltas)
- 14H00 – MotoGP – Corrida (25 voltas)
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