Arranca no próximo dia 21 de junho, mais uma edição da Taça das Nações Africanas. Pela primeira vez, a prova terá o concurso de 24 seleções, que vão lutar pelo lugar mais alto do pódio no futebol africano de seleções.
Nesta que é a 31.ª edição da prova, é altura de recordar os primórdios da prova. Na sua primeira edição, há precisamente 62 anos, a CAN teve apenas o concurso de três seleções. A quarta seleção, a África do Sul, acabou por não participar por ter-se recusado a apresentar uma seleção multicultural. Em 1957, o Sudão organizou a primeira edição da prova mas o vencedor foi o Egipto, depois de fazer apenas dois jogos.
O aumento do número de participantes para 24 seleções suscitou diferentes opiniões. Frederic Kanouté, antigo capitão do Mali e Melhor Futebolista Africano do Ano, sublinhou que a prova vai cair de qualidade, apesar do aumento de participantes em 33 por cento.
"Por um lado, é bom ter mais países a participar e a mostrar as suas qualidades à África e ao Mundo. Mas o nível da prova deverá baixar um pouco. Mas vamos ver como corre", disse o maliano, durante uma visita recente à Zâmbia.
A evolução da Taça das Nações Africanas de futebol
1957 e 1959
O Egipto bateu o anfitrião Sudão na meia-final e a Etiópia na final por 4-0, no CAN mais curto de sempre: dois jogos em seis dias. A segunda edição voltou a ter estas três seleções, com nova vitória do Egito, que somou dois triunfos nos dois jogos realizados.
1962
A terceira edição da Taça das Nações Africanas contou com quatro seleções: Etiópia, Tunísia, Uganda e o campeão Egipto, num sistema eliminatórias. A Etiópia afastou o a Túnisia (4-2) e bateu na final o Egipto por 4-2 após prolongamento. Os egípcios tinham eliminado o Uganda por 2-1.
1963 e 1965
O Gana organizou e venceu a quarta edição, já com seis equipas, distribuídas em dois grupos de três, onde os vencedores iam diretamente à final e os segundos disputavam o último lugar no pódio. Na final, os ganeses bateram o Sudão por 3-0, os egípcios ficaram com o bronze ao vencerem a Etiópia por 3-0. A edição seguinte teve os mesmos moldes, com nova vitória do Gana frente aos anfitriões da Tunísia, que perderam a final por 3-2, após prolongamento
1968
Com a prova em franca expansão, o CAN passou a ter oito seleções em 1968 e foi ganha pelo antigo Zaire, agora República Democrática do Congo, que venceu Gana na final por 1-0.
1992
Depois de 24 anos a ter apenas oito seleções na fase final, o CAN cresceu para 12 equipas a lutarem pelo trono do futebol africano. Divididos em quatro grupos, a Taça das Nações Africanas foi ganha pela Costa do Marfim, que bateu por 11-10 numa longa maratona de grandes penalidades.
1996
Os problemas políticos entre a África do Sul e a Nigéria deixaram o CAN 1996 apenas com 15 das 16 seleções que deveria ter, já que os nigerianos não participaram no torneio. Os 'Bafana Bafana' organizaram e venceram pela primeira vez a prova maior do futebol africano, depois de baterem a Tunísia por 2-0 na final.
1998
Apenas no Burquina Faso se chegaria ao sonhado formato de 16 seleções, sem a Nigéria, suspenso pela CAF. O Egipto venceu o a África do Sul por 2-0 e ergueu o troféu pela quarta vez na sua história.
2019
A África acabou por seguir a Europa e a Ásia e desenhou uma competição para 24 seleões, introduzindo os oitavos-de-final na prova pela primeira vez. A prova passa dos 32 para 52 jogos. O Egito será o organizador desta edição, que arranca no dia 21, entre os 'faraós' e o Zimbábue.
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