O antigo futebolista internacional português Sousa espera que Portugal consiga «abrir a porta» da final do Euro2012 no jogo das meias-finais com a Espanha, que a França e Platini fecharam à sua geração no Campeonato da Europa de 1984.
Autor do golo à Espanha no empate 1-1, no segundo jogo do grupo 2 do Europeu de 1984, Sousa considerou, em declarações à agência Lusa, que para bater a Espanha na quarta-feira é preciso retirar-lhe aquilo que a campeã mundial e europeia mais preza: «a bola».
«O nosso sentimento no final [do Euro1984] foi de grande tristeza e de grande desilusão, porque estivemos à porta e não conseguimos abri-la. Era uma oportunidade única, que se calhar nunca mais conseguiríamos ter», lamentou Sousa, observando que Portugal esteve em vias de «fazer história», apurando-se para a final, logo na primeira participação na prova.
O antigo médio lembrou que o responsável pelo afastamento de Portugal nas meias-finais foi o atual presidente da UEFA, Michel Platini, autor do terceiro golo da França, aos 119 minutos, que permitiu à seleção anfitriã impor-se por 3-2 mesmo no fim do prolongamento.
«Espero que neste momento consigam pagar essa fatura. Estão próximos, estão lá a chegar. Espero que sejam mais felizes do que nós. Estão a atravessar um grande momento. Há um equilibro muito grande, embora me pareça que esta Espanha é fortíssima», sustentou.
Sousa recordou que a Espanha também era favorita no Europeu de 1984, mas a “equipa das quinas” conseguiu empatar e esteve mesmo a ganhar com um golo do médio, aos 52 minutos, depois de já ter causado sensação na estreia, ao conquistar um “nulo” (0-0) frente à República Federal da Alemanha.
«Contra a Espanha, vínhamos motivadíssimos pelo resultado anterior. Entrámos muito bem no jogo, fizemos 1-0 com um golo excelente meu, numa grande ‘chapelada’ ao [guarda-redes] Arconada. Depois de a Espanha empatar [aos 73 minutos, por Santillana], o jogo foi mais calculista e o desfecho foi justo», precisou.
Sousa reconheceu que a atual seleção espanhola «é muito mais forte» do que aquela que defrontou em 1984, mas não invencível e para o encontro de quarta-feira, em Donetsk (Ucrânia), recomenda que a equipa portuguesa retire a posse de bola aos espanhóis e explore as debilidades da sua defesa.
«Se não permitirmos que a Espanha tenha tanta posse de bola como é normal, poderemos desequilibrar em termos ofensivos e olhando à qualidade na frente de ataque, neste caso Nani e Cristiano Ronaldo. São dois elementos importantíssimos e que podem destronar uma defesa, que me parece ser o setor mais débil desta Espanha», defendeu Sousa.
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