O Benfica entra na cauda do pelotão na Liga dos Campeões feminina de futebol, mas com a garantia de já ter feito história, como a primeira equipa portuguesa na elite da competição.
Bastaram três épocas, desde a criação da equipa e o início ainda na segunda divisão, em 2018/19, que venceu, para o futebol feminino benfiquista somar títulos e tornar-se uma referência nacional e ter entrada inédita entre os melhores na Europa.
Na última temporada, a de estreia, o ‘sonho’ europeu terminou sem surpresa nos 16 avos de final, com a equipa goleada, num acumulado de 8-0 nas duas mãos, frente ao poderoso Chelsea, que terminaria 2020/21 como vice-campeão, derrotado pelo Barcelona.
Para o Benfica, foi a primeira experiência – num percurso em que tinha derrotado PAOK e Anderlecht -, mas já esta época, com a UEFA a propor uma fase de grupos para os 16 melhores, as ‘águias’ tiveram mais e melhores argumentos.
Na fase a eliminar, a equipa ‘encarnada’, 46.ª do ‘ranking’ da UEFA, ‘despachou’ com grande à-vontade um trio de campeãs dos respetivos países, as israelitas do Kiryat Gat (4-0), as luxemburguesas do Racing (7-0) e as holandesas do Twente (1-1 fora e 4-0 em casa), que ocupam o 42.º posto.
Antes de chegarem ao jogo com o Benfica, as holandesas, campeãs em 2011, 2016, 2019 e 2021, afastaram as georgianas do FC Nike, por 9-0, e, já no segundo jogo, as sérvias do Spartak Subotica, com um triunfo por 5-3, após prolongamento.
A eliminatória com o Benfica, já a duas mãos, foi decidida no segundo jogo, depois de um empate a 1-1 nos Países Baixos, com uma goleada das ‘encarnadas’ por 4-0 no Seixal, num jogo em que canadiana Cloé Lacasse esteve em grande plano, com um ‘hat trick’.
Lacasse acabou por abrir a porta da ‘Champions’ ao Benfica, numa época em que a UEFA mudou o modelo competitivo e oferece pela primeira uma fase de grupos às 16 melhores.
Quase na ‘cauda’ desta fase está o Benfica, a equipa com o segundo pior ‘ranking’ entre as finalistas, e que entra em competição num grupo muito ‘duro: as portuguesas encontram as líderes do ‘ranking’, as francesas do Lyon, as alemãs do Bayern Munique (4.º) e as suecas do Hacken (27.ª), o novo nome adotado pelas campeãs Gotemburgo.
Apesar de entrar no último pote do sorteio, a sorte não podia ter sido pior para a formação orientada pela ex-futebolista Filipa Patão, com Lyon, campeão europeu em 2011, 2012, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020, e Bayern Munique, semifinalista em 2021 e 2019.
As francesas, que dominaram o futebol feminino europeu nos últimos anos, entraram no sorteio fora do pote 1, após um ano em que perderam o título francês para o Paris Saint-Germain, pondo fim a uma sequência de 14 campeonatos consecutivos.
Já o Bayern Munique, chega a esta fase como campeão alemão, contrariando também a hegemonia demonstrada nos últimos anos pelo Wolfsburgo no futebol feminino, tetracampeão germânico entre 2017 e 2020.
Será diante do Bayern que o Benfica fará a sua estreia na fase de grupos, com as ‘encarnadas’ a receberem as alemãs na terça-feira no centro de estágios do Seixal, em jogo com início às 20:00.
No outro jogo do Grupo D, as suecas do Hacken, que, tal como o Benfica, são absolutas ‘outsiders’, recebem em Gotemburgo o Lyon (17:45).
Na primeira 'Champions' feminina com fase de grupos para as 16 melhores, Chelsea (5.º), Wolfsburgo (3.º), Juventus (25.º), Servette (43.º), das portuguesas Inês Pereira e Inês Ribeiro, integram o Grupo A, Real Madrid (31.º), Kharkiv (35.º), PSG (6.º), Breidablik (30.º) o Grupo B, e FC Barcelona (2.º), Arsenal (17.º), Hoffenheim (28.º) e HK Koge (49.º) o Grupo D.
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