O antigo selecionador francês de futebol Michel Hidalgo, que levou a seleção gaulesa à conquista do Europeu de 1984, após afastar Portugal nas meias-finais, morreu hoje aos 87 anos, em Marselha.
De acordo com os meios de comunicação locais, que citam fontes familiares, a morte de Michel Hidalgo não está relacionada com a pandemia de Covid-19, que está a assolar o mundo, mas sim a uma doença que o enfraqueceu nos últimos anos.
Primeiro como jogador, do Stade de Reims liderado por Raymond Kopa, e depois como treinador, Michel Hidalgo, filho de um metalúrgico espanhol exilado em França, tornou-se uma das faces mais importantes do futebol francês e uma das suas vozes mais respeitadas.
Como selecionador dos ‘bleus’, Michel Hidalgo impôs uma visão ofensiva e colorida de jogo, que levou a seleção gaulesa às meias-finais do Mundial de 1982, em Espanha, onde caiu de forma dramática no desempate por penáltis com a Alemanha.
Dois anos depois, desta vez no seu país, Hidalgo liderou a França à conquista do Europeu, depois de afastar Portugal numa meia-final decidida no prolongamento (3-2), ao derrotar a Espanha na final marcada por um erro do guarda-redes Luis Arconada.
A seleção portuguesa, liderada pelo quarteto técnico formado por Fernando Cabrita, António Morais, José Augusto e Toni, esteve em vantagem com dois golos de Jordão (74 e 98 minutos), mas os franceses deram a volta com golos de Domergue (24 e 114) e Michel Platini (119).
Na altura, foi a consagração de uma geração de jogadores franceses liderada por Michel Platini, mas na qual também havia figuras como Alain Giresse, Jean Tigana, Bernard Genghini ou Luis Fernandez, entre outros.
Depois de levantar o troféu europeu, Michel Hidalgo foi contratado por Bernard Tapie para orientar o Marselha, mas a experiência acabou por ser negativa, uma vez que o clube foi condenado por fraude numa investigação às suas contas.
Nos últimos anos, longe da linha de frente e já com problemas de saúde, que levaram mesmo alguns dos campeões europeus de 1984 a prestarem-lhe uma homenagem em fevereiro, Hidalgo ainda era uma voz amplamente ouvida no futebol francês.
Em 2006, Michel Hidalgo foi contratado pela Liga Profissional de Futebol para preparar um relatório que tornaria o futebol mais atraente no país e propôs que dois pontos fossem dados a cada equipa em jogos que terminassem empatados com golos, para favorecer o jogo ofensivo.
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