A Liga Moçambicana de Futebol (LMF) anunciou uma investigação a denúncias de que o clube Textáfrica pagou 100 mil meticais (1.438 euros) ao árbitro do jogo frente ao Black Bulls, na última jornada do Moçambola, que terminou com tumultos.

“O relatório do delegado da LMF refere-se a atos de corrupção nos quais se indica que os dirigentes do Grupo Desportivo Recreativo Textáfrica (…) exigiram a devolução do valor de 100.000 meticais ao árbitro do encontro (…) alegadamente pago a este a título de suborno”, lê-se num comunicado divulgado após uma reunião do órgão.

A LMF pediu, esta semana, a abertura de um inquérito para avaliar o “grau de culpabilidade” da arbitragem em incidentes que culminaram com tumultos, com as autoridades a dispararem gás lacrimogéneo, em dois jogos da 10.ª jornada do principal campeonato moçambicano de futebol, incluindo a partida Textáfrica e a Associação Black Bulls, no domingo, descrito como o caso mais grave.

O jogo entre as duas formações decorreu no campo da Soalpo, em Chimoio, na província central de Manica, tendo a polícia utilizado gás lacrimogéneo na sequência destes tumultos, causando alguns feridos, além da danificação de diverso património.

O Conselho de Disciplina da LMF defende a necessidade de “apuramento da verdade material” do alegado suborno ao árbitro, tendo, por isso, criado uma comissão de inquérito composta pelo vice-presidente e pelo primeiro vogal da entidade.

“Há sanções a serem aplicadas, com certeza, nos termos do regulamento de disciplina da LMF, como também a nível do direito criminal”, alerta-se no documento.

A Associação Black Bulls, do treinador português Hélder Duarte, venceu o Textáfrica por 2-1, mantendo a liderança no Moçambola.