Depois de uma época em que foi constantemente relegado por Quique Flores para lateral-esquerdo, David Luiz foi recuperado para o centro, onde pôde, finalmente, explanar a sua categoria. Ao lado de Luisão, formou um muro quase intransponível. No campeonato, o sector mais recuado só permitiu 20 golos sofridos em 30 jornadas, a melhor prestação na Liga, ex-aequo com o Sporting de Braga.

Sem lesões e no lugar ideal, David Luiz foi o reflexo do resto da equipa: dominador, seguro e até exuberante. Preponderante em tantos jogos, o central, de 23 anos, estendeu a sua influência ao ataque, apontando alguns golos e surgindo com frequência como primeiro construtor de jogo e desequilibrador. A tudo isso aliou o estatuto de jogador mais utilizado por Jorge Jesus em toda a temporada.

Mais à frente no relvado, Angel Di María foi um ‘anjo da guarda’ para os seus colegas de ataque. Cardozo e Saviola (e quem mais surgisse na área) beneficiaram das muitas assistências do número 20 encarnado. O jovem (22 anos) por quem Diego Maradona nutre uma especial admiração ‘explodiu’ em 2009/10, após dois anos de imensa irregularidade.

'Angelito’ tardava em colocar o potencial ao serviço da equipa. Desta feita, Jorge Jesus entregou-lhe o flanco esquerdo do meio-campo e o internacional alviceleste não desiludiu.

A influência de Di María definiu muito da identidade deste Benfica. A irreverência, rapidez e técnica do extremo foram a solução para muitos dos problemas que se depararam ao longo desta época para a equipa de Jorge Jesus. E se a sua cotação internacional já está em alta, mais subiu com a maior eficácia do seu jogo, que já soma nove golos na temporada.

Segundo uma das máximas do futebol, numa boa equipa os valores individuais sobressaem naturalmente. Com efeito, David Luiz e Di María foram as grandes confirmações do Benfica 2009/10, num talento que por todos era reconhecido mas que este ano finalmente se traduziu nos relvados. Resta saber se o Benfica vai conseguir segurar as suas ‘jóias da coroa’.