O Vizela foi a primeira equipa despromovida ao segundo escalão, com duas jornadas por disputar, assumindo o fracasso no objetivo da manutenção, depois de três épocas na I Liga portuguesa de futebol.
Numa época bastante atribulada para o emblema minhoto, e apesar da ambição de continuar entre os ‘grandes’, a verdade é que, desde cedo, as dificuldades foram muitas, tanto a nível de organização desportiva, como de gestão.
A instabilidade acabou por ser uma constante desde o início até ao fim. A relação entre o clube e a SAD foi, ao longo do ano, bastante divergente, o que ajudou neste quadro de inconstância e de resultados complicados.
Com a entrada de novos investidores, na temporada passada, aconteceu uma reestruturação na equipa que levou a algumas mudanças, nomeadamente do treinador Manuel Tulipa, que deixou o clube no 11.º lugar da I Liga 2022/23.
O espanhol Pablo Villar, de 36 anos, um ‘desconhecido’ que passou por clubes como o Pohronie, da Eslováquia, e o Riteriai e o Vílnius, da Lituânia, chegou no início da temporada e ficou até à 14.ª jornada, numa altura em que os vizelenses ocupavam a 17.ª posição, somando apenas duas vitórias e quatro empates.
O fracasso no projeto, o desagrado dos associados, o clima de tensão faziam um cenário pouco apetecível para encarar uma equipa por si só desmotivada e sem grande margem para conseguir ultrapassar o mau momento que estava a atravessar.
Para substituir Villar, o Vizela contratou mais um treinador espanhol, desta feita Rubén de la Barrera. O técnico, de 38 anos, que treinava a seleção de El Salvador, assinou um vínculo válido por uma época e meia, até junho de 2025.
A instabilidade nos resultados manteve-se e, à 32.ª jornada, em casa do Moreirense, perdeu por 1-0, somando o sétimo encontro, para carimbar a sentença de descida à II Liga.
Individualmente, foram dois os jogadores que mais se destacaram ao longo da temporada e assumiram um papel fundamental para que o cenário não fosse pior, o médio Samu e o avançado francês Essende.
Essende, que apontou 15 golos, tornou-se o melhor marcador da história do clube na I Liga e poderá ser uma fonte de rendimento, perspetivando-se que seja vendido, enquanto Samu, o eterno ‘capitão’ e titular indiscutível, foi uma peça muito importante dentro e fora do balneário.
O Vizela estreou-se na I Liga em 1984/85, época em que foi 16.º e último, acabando despromovido, e voltou em 2020/21, somando um 14.º posto e um 11.º, para agora regressar ao segundo escalão.
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