O FC Porto anunciou hoje ter suspendido três associados do clube da I Liga de futebol entre seis meses e um ano, após ter instaurado outros tantos processos disciplinares, devido aos desacatos na Assembleia Geral (AG) extraordinária.
Em comunicado, os ‘azuis e brancos’ divulgaram as consequências das diligências feitas internamente, quase três semanas e meia depois de o presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do clube, Jorge Guimarães, ter adiantado à agência Lusa que já estavam em curso três processos e que tinham sido remetidas as notas de culpa aos sócios visados.
O FC Porto pronunciou-se horas depois de a PSP ter detido 12 pessoas, incluindo o líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, no âmbito de um processo que investiga os incidentes ocorridos na última AG extraordinária do vice-campeão nacional de futebol.
“O FC Porto tomou conhecimento de diligências relacionadas com os acontecimentos da AG de 13 de novembro [do ano passado], que resultaram na detenção de dois dos seus funcionários presentes naquela reunião. Não sendo visado, o clube reitera a intenção de continuar a colaborar com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado”, reagiram os ‘dragões’, dispostos a “agir em conformidade” se resultarem mais factos da investigação.
De acordo com uma nota publicada ao final da manhã de hoje na página da Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP), a operação investiga “a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimentos associados ao fenómeno desportivo, coação agravada e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou produtos líquidos e atentado à liberdade de informação”.
Fonte policial disse anteriormente à agência Lusa que a mulher de Fernando Madureira, bem como Vítor Catão, adepto do FC Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova, e o oficial de ligação aos adeptos do clube estão entre os 12 detidos, que serão presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial, tendo em vista a aplicação de medidas de coação.
Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP disse ter apreendido droga, uma arma de fogo, vários milhares de euros, três automóveis, mais de 100 bilhetes para eventos desportivos, dispositivos eletrónicos ou documentos de relevo para a operação.
A aprovação dos novos estatutos do FC Porto encabeçava a AG extraordinária de 13 de novembro de 2023, que teve de ser ‘transferida’ à última hora de um auditório do Estádio do Dragão para o pavilhão Dragão Arena, no Porto, devido à ampla afluência de sócios.
A AG recomeçou com atraso, mas diversas pessoas deixaram o recinto das modalidades dos ‘azuis e brancos’ ao fim de pouco tempo, na sequência de incidentes nas bancadas.
Suspensa logo no próprio dia pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), José Lourenço Pinto, a reunião foi adiada para 20 de novembro, mas seria desconvocada dois dias antes, com o Conselho Superior do clube a retirar a proposta estatutária em debate.
No dia seguinte à AG, a direção do FC Porto condenou os desacatos e assegurou que ia recorrer “aos meios que tem ao alcance para identificar os responsáveis pelas agressões físicas”, mobilizando os vários órgãos sociais para a abertura de processos disciplinares, enquanto o Ministério Público (MP) lançou um inquérito aos incidentes no Dragão Arena.
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