A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) considerou, esta sexta-feira, que o setor e os clubes devem ter menos carga fiscal, de forma a ganhar competitividade, nomeadamente na concorrência com outros emblemas europeus.
“Ao longo das últimas épocas temos reclamado a necessidade de mexer nesta área fiscal. Estamos cada vez mais unidos nesta questão e insistindo junto da tutela para sensibilizar sobre a importância de mexer nesta questão dos impostos, para dar mais competitividade à nossa Liga”, disse Helena Pires, diretora executiva coordenadora da LPFP.
A dirigente abordou o tema durante um encontro com a comunicação social, onde abordou vários assuntos relativos à primeira volta dos campeonato da I e II Liga, entre eles o peso do setor do futebol na economia nacional.
Segundo o organismo, as sociedades desportivas que integram a LPFP pagaram, na época anterior, um total de 228 milhões de euros em impostos, e contribuíram, só nesse período, com 667 milhões de euros para o PIB nacional, além de criarem mais de 3.500 postos de trabalho.
Perante estes números, a LPFP inferiu que o atual quadro fiscal “é pouco convidativo ao investimento e cria uma desvantagem em relação aos principais concorrentes europeus, além de proporcionar dificuldades para reter talentos”.
Nos dados apresentados, a Liga de clubes revelou que entre as principais competições europeias, os jogadores que atuam em Portugal são os que mais pagam de IRS, dando um exemplo que atleta que receba um milhão de euros brutos por ano desconta 530 mil euros nesse imposto.
No exemplo dado, tal representa uma carga fiscal de 53%, enquanto em Itália, tendo em conta o mesmo rendimento, o valor pago em imposto é de 43%.
Além desta questão do IRS, o organismo também reivindicou uma maior justiça em relação ao valor do IVA praticado nos bilhetes, atualmente nos 23%, enquanto para outras atividades de entretenimento, é aplicado um IVA reduzido de 6%.
“A nossa atividade está desvantagem em relação a várias outras. Temos o IVA mais alto em comparação com outras áreas. Isto tem de nos preocupar, porque condiciona as opções dos adeptos em virem ao futebol ou escolherem outra atividade. Somos uma verdadeira atividade económica e queremos ser tratados como tal”, disse Helena Pires.
A diretora garantiu que as revindicações, sobre esta matéria fiscal junto da tutela, vão continuar e lembrou que o organismo também defende uma maior distribuição do valor das apostas desportivas para melhorar a sustentabilidade e competitividade do futebol.
Além destas pretensões, a LPFP anunciou que para esta época desportiva [2023-24] tem projetado o maior orçamento de sempre da instituição, com um valor previsto de 26,4 milhões de euros, com um resultado operacional positivo de 1,1 milhões, e que pretende distribuir, esta temporada, uma cifra recorde de 9,2 milhões de euros às sociedades desportivas da I e II Liga.
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