Luís Montenegro é uma das várias personalidades da política que marcam presença no funeral de Jorge Nuno Pinto da Costa. O Primeiro-ministro de Portugal descreveu o antigo líder portista como um "presidente icónico", uma "referência dos valores da promoção da prática desportiva, da promoção do país".

"É um presidente icónico do desporto português, uma referência dos valores da promoção da prática desportiva, da promoção do país. Recordo sobretudo a forma transversal como se dedicou várias décadas ao serviço de várias modalidades, não só futebol. Recordo presença assídua a ver todas as modalidades, todos os escalões, das equipas masculinas às equipas femininas. É um trabalho que acabou, que se repercutiu em resultados que animaram a cidade do Porto, o norte de Portugal, Portugal inteiro, a comunidade portuguesa espalhada por todo o Mundo. Resultados que alavancaram a comunidade portuguesa, promoveu a portugalidade e o país por todo o Mundo", começou por dizer o Primeiro-ministro de Portugal.

"Independentemente das preferências clubísticas, Jorge Nuno Pinto da Costa foi o motor de uma coletividade que é um símbolo de Portugal. Nesse sentido, é credor do respeito de toda a comunidade", completou Luís Montenegro.

O líder do Governo recordou um homem de "personalidade forte" com opiniões nem sempre aceites por todos.

"Com as suas opiniões, nem sempre coincidentes com a visão de outras personalidades, com opiniões próprias como é característico de quem tem personalidade forte. Veiculava o que acreditava, era uma voz audível no panorama desportivo, mas também no panorama cívico e político", disse Luís Montenegro aos jornalistas, à chegada a Igreja das Antas.

O Primeiro-ministro fala de um gomem que "dedicou praticamente toda a sua vida à promoção do desporto", na construção de "uma coletividade que é referência no país e no mundo, em todas as modalidades".

"FC Porto é conhecido em todo o mundo por ser uma fábrica de campeões e de valores desportivos na formação, equipas seniores, equipas femininas e masculinas, com bons desempenhos, boas equipas técnicas, bons dirigentes, com uma boa cultura e muito alavancada pela liderança forte, muito vincada e demonstrada no Mundo inteiro com mais títulos. Defendeu as cores do FC Porto e de Portugal, promoveu a identidade nacional. Pinto da Costa empenhou-se em valorizar o Porto e a região Norte, com um bairrismo assinalável, com forte personalidade", recordou.

Questionado sobre o silêncio de Benfica e Sporting que ainda não se pronunciaram sobre a morte de Pinto da Costa, Luís Montenegro recordou desvalorizou e recordou muitos adeptos de outros clubes têm apreço pelo trabalho do ex-presidente do FC Porto.

"O que é importante é que, independentemente das diferenças de preferência clubística, o povo português aprecia os que dão muito de si em prol daquilo em que acreditam. Pinto da Costa acreditava no FC Porto, na cidade, no norte, em Portugal. Independentemente de haver portugueses com outras preferências, a maioria, a esmagadora maioria, tem apreço pelo seu trabalho dentro da sua preferência. Como há muitos portistas que têm muito respeito pelos que trabalham para outras coletividades", finalizou.

A última despedida ao antigo presidente do FC Porto Pinto da Costa, que morreu sábado aos 87 anos, parte hoje da Igreja das Antas, onde decorrerá o funeral, e passa pelo Estádio do Dragão a caminho do Prado do Repouso.

O universo ‘azul e branco’, e o mundo do futebol de forma mais alargada, despedem-se hoje do antigo líder dos ‘dragões’ durante 42 anos, até 2024, que foi também uma figura preponderante na afirmação da cidade e da região Norte.

No final da missa, cujo início, nas Antas, está marcado para as 11:00, o cortejo desce a Alameda a caminho do Estádio do Dragão, rumando daí até ao cemitério Prado do Repouso, no Bonfim, onde o corpo de Pinto da Costa será cremado.

Desde a noite de sábado, quando foi conhecida a morte, que adeptos portistas têm deixado tributos, flores, cachecóis e outras lembranças no Estádio do Dragão, por um lado, e na Igreja das Antas, em que o corpo esteve em câmara ardente a partir de domingo, por outro.