O presidente do Governo Regional da Madeira assegurou hoje que vai manter as condecorações atribuídas ao futebolista internacional português Cristiano Ronaldo, independentemente de a Presidência da República o poder fazer.
“Não quero saber da República para nada. Aqui, na Madeira, o Cristiano Ronaldo é e sempre foi visto como pessoa de bem”, declarou Miguel Albuquerque aos jornalistas, à margem da apresentação da Carta Regional de Equipamentos de Saúde da Região.
Miguel Albuquerque assegurou que a região vai “manter as condecorações” ao jogador, natural da Madeira, argumentando que “aquele processo não tem nada a ver nem com conhecimento, nem a prática, nem a intenção de enganar ninguém”.
No entender do chefe do executivo madeirense, é “apenas uma questão de interpretação relativamente à questão fiscal”, apontou, vincando que “ele não é nenhum criminoso, antes pelo contrário, é uma pessoa que sempre lutou pelo seu país, representou o seu país e é o português mais prestigiado no mundo”.
“Portanto, se a República quiser fazer isto ou aquilo, não quero saber. Aqui, na Madeira, mantém-se tudo como está”, assegurou.
A Presidência da República disse na quarta-feira que aguarda a versão da decisão final das autoridades espanholas sobre a condenação por fraude fiscal de Cristiano Ronaldo, para, eventualmente, se pronunciar sobre a retirada de condecorações ao futebolista.
“Aguardamos a versão autêntica da decisão final das autoridades espanholas. Depois de apurados os factos, se tal se justificar, os competentes Chanceleres das Ordens Honoríficas pronunciar-se-ão, nos termos da lei”, disse à agência Lusa a assessoria de imprensa da Presidência da República.
Na terça-feira, Cristiano Ronaldo tinha sido condenado pela justiça espanhola a dois anos de prisão, com pena suspensa, substituída por uma multa de 365.000 euros, e a edição do dia seguinte do jornal Público noticiou que o avançado pode perder as duas condecorações atribuídas por Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, em 2014 e 2016, respetivamente.
O jogador da Juventus reconheceu a culpa em quatro crimes de fraude fiscal, cometidos entre 2011 e 2014, no valor total de 5,5 milhões de euros.
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