O defesa e capitão da equipa de juniores do Famalicão, Luís Sampaio, julga que vários dos elementos que se sagraram campeões nacionais podem dar o “salto” para o futebol profissional, até porque os minhotos dão essas “condições”.

Ligado contratualmente ao Famalicão até 2026, o atleta de 17 anos realça que o título de juniores, inédito para o clube, foi o “melhor momento das carreiras” dos jogadores treinados por Vítor Barros e considera que muitos podem transitar para a esfera profissional, até pelos exemplos do plantel principal com passagem pela formação famalicense.

“O Famalicão prepara-nos muito bem para dar esse ‘salto’. Temos exemplos no clube – o Luiz Júnior, o Pablo, o Gustavo [Sá], o [Alexandre] Penetra -, que fizeram essa passagem para o futebol sénior. Depois, depende do nosso trabalho e da nossa dedicação.”, salienta o defesa à Lusa.

Depois de passagens pelo Pevidém, clube do concelho de Guimarães, do qual é oriundo, e pelo Vitória local, Luís Sampaio representa o Famalicão desde a temporada 2019/20 e, ao longo das últimas quatro épocas, diz ter usufruído das “condições” necessárias para evoluir como futebolista.

“Quando cheguei, já tínhamos boas condições. Agora temos condições que se comparam aos grandes clubes de Portugal. Temos sempre uma equipa a acompanhar-nos no ginásio e na nutrição. No ano em que cheguei, não tínhamos esses trabalhos. Isso ajuda-nos a melhorar a nossa ‘performance’ dentro de campo”, acrescenta, a propósito de um clube que dispõe de uma academia com quatro relvados sintéticos.

A academia foi justamente o palco do encontro que valeu o inédito título nacional em 27 de maio, com os famalicenses a derrotarem o Benfica por 5-1, na 14.ª e última jornada da fase de apuramento de campeão, e a selarem o primeiro lugar com 28 pontos, mais um do que o segundo classificado, FC Porto.

Apesar de as expectativas quanto a um jogo “disputado”, Luís Sampaio vinca que o duelo se tornou “muito mais fácil” para os famalicenses com os seus adeptos na bancada, tendo reconhecido que os jogadores só vão ter “noção” do que conseguiram talvez “daqui a uns anos”.

“Só vamos ter a verdadeira noção do que fizemos daqui a uns anos. Neste momento, parece tudo normal. Mas não é normal. Foi um feito muito bom”, assinala.

Com 19 jogadores que representaram as camadas jovens do FC Porto, do Benfica ou do Sporting, vencedores de 65 dos 80 campeonatos nacionais de juniores, o Famalicão queria, no início da época, alcançar a manutenção e terminou a primeira volta da Zona Norte na nona posição, antes de uma segunda volta com oito triunfos e três empates, que lhe valeu o terceiro lugar na série e o acesso à fase final.

“Um dos fatores chave foi a confiança da equipa. É muito mais fácil trabalhar sobre vitórias do que sobre derrotas. Entrámos para a segunda fase na nossa melhor fase da época. Depois correu muito bem”, recorda o capitão, confessando que a vitória caseira sobre o Alverca, por 4-3, na 12.ª e antepenúltima jornada, foi talvez a primeira ocasião em que se sentiu “perto” do título nacional.

Chamado até agora a dois treinos da equipa principal e a um jogo oficial da equipa sub-23, Luís Sampaio vinca que o “ritmo” entre os jogos sub-23 e os jogos sub-23 é “praticamente igual”, mas o “estilo de jogo muda um bocado”, avisa.