
Isaac Nader qualificou-se hoje para a final dos 1.500 metros dos Campeonatos da Europa de atletismo em pista curta, em Apeldoorn, Países Baixos, ao contrário de Nuno Pereira, que foi eliminado.
O recordista nacional assegurou o primeiro lugar da segunda série das semifinais, com o tempo de 3.42,32 minutos, pouco depois de Nuno Pereira ter ficado em quarto na primeira corrida, a quatro centésimos de segundo da terceira posição, último posto que dava acesso à final de sexta-feira.
A correr com o norueguês Jakob Ingebrigtsen, que hoje cumpriu as sete voltas e meia à pista coberta em 3.37,49 e procura o seu terceiro título seguido na distância, Nuno Pereira conseguiu mesmo o quarto tempo entre os semifinalistas, enquanto Isaac Nader não precisou de ir além do 16.º registo.
“Como vocês sabem, trazer esta cor, esta camisola ao peito, é sempre diferente. Carregamos uma nação, um país, e com isso corremos. Hoje, ganhou o melhor, entre aspas, da série. O objetivo era passar, nos últimos 20 metros fui folgado, a abrandar, e foi positivo”, reconheceu o atleta do Benfica.
Isaac Nader, que já este ano fixou o recorde nacional nesta distância em 3.32,59 minutos, em 13 de fevereiro último, na cidade francesa de Liènvin, espera dificuldades na final, marcada para sexta-feira, às 21:15 locais (20:15 em Lisboa).
“Espero uma final difícil. Hoje, acredito que, com os nervos, era mais difícil. Amanhã [na sexta-feira], é uma seleção, só correm nove, e são os nove melhores europeus. É mais um dia de luta e para lutar, mais uma vez, pela melhor posição possível. O importante é chegar ao fim com a satisfação de que fiz tudo para alcançar os meus objetivos. Nada está ganho, será uma corrida muito difícil. Vamos correr, acredito, para recorde dos campeonatos. O Isaac Nader está pronto para qualquer corrida”, assegurou.
Nader ‘tirou’ dois segundos ao anterior recorde, que estava na posse de Rui Silva, ‘dono’ durante 25 anos do recorde nacional, que foi ainda três vezes campeão ‘indoor’, em Valência1998, Viena2002 e Turim2009.
“Tenho 3.32. Consegui tirar dois segundos, quase, ao recorde pessoal e ao recorde nacional, e isso indica coisas boas. Tempos diferentes, se vamos ou não conseguir coisas bonitas, só Deus sabe. Acredito que as coisas, com o seu tempo, vão sair. Não sei se será amanhã. Vou lutar para que os portugueses fiquem orgulhosos do Isaac Nader”, referiu.
A correr frente ao norueguês Jakob Ingebrigtsen, que, além do terceiro título consecutivo na distância e o quarto nos 3.000, o algarvio, de 25 anos, espera uma corrida rápida, com um ritmo crescente.
“[Esperar por ataque ou correr rápido] É uma pergunta curiosa. Todos sabemos quem é o grande dominador dos 1.500, chama-se Jakob Ingebrigtsen, que tem o recorde do mundo e da Europa. Acredito em corrida inicialmente na casa dos 58, 57 segundos, e ele vai progressivamente aumentar o ritmo. Acredito que vai cair o recorde dos Campeonatos. Não sei quem o fará, mas tenho condições de lutar por tudo o que puder”, garantiu.
Já Nuno Pereira, apesar da consciência de ter “dado tudo”, era a voz da desilusão.
“Nestas provas, todos os pormenores contam. Eu tinha sido o último a entrar nesta competição. No papel, era dos piores atletas aqui, apesar de eu saber que isso não refletia o meu valor. Tentei uma tática mais conservadora e tentar subir na corrida”, começou por dizer o madeirense.
O campeão da Europa em juniores em 2019, de 24 anos, cumpriu a corrida que idealizou, até perto do fim.
“Executei o plano quase na perfeição, mas, na última curva, cometi um erro que me custou a qualificação para a final. É muito frustrante. Estou contente por ter estado aqui, a lutar com os melhores da Europa, mas, agora, é duro lidar com isto”, lamentou o atleta do Sporting.
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