O diretor da Volta a Itália, Michele Acquarone, disse hoje que o positivo por EPO do ciclista italiano Danilo Di Luca se deve a «um caso de dependência».
«Eu acredito num corredor que me olha nos olhos e me diz `errei´. Mas, quando ele reincide, para mim trata-se de uma dependência. É um rapaz que precisa de ajuda», defendeu.
Para o diretor do Giro, foi «estúpido» da parte de Di Luca não perceber que «a música mudou».
«Trata-se de um ciclista antigo que não conseguiu perceber que o mundo do ciclismo já não é o mesmo», completou Acquarone, que não se arrepende de ter convidado a equipa Vini Fantini para a sua prova e que não exclui processar o veterano de 37 anos.
Di Luca, que já tinha sido condenado por recurso a EPO em 2009, estava sem equipa no início da temporada e assinou um contrato com a Vini Fantini, tendo participado apenas no GP Industria & Artigianato Larciano e na Volta à Toscana, em 27 e 28 de abril.
A equipa italiana desvinculou-se hoje totalmente do italiano, revelando que apenas o contratou por pressão de um patrocinador.
O resultado positivo de Di Luca, que após 18 etapas ocupava o 26.º lugar do Giro a 33.33 minutos do compatriota Vincenzo Nibali (Astana), decorreu de um controlo inopinado fora de competição feito na casa do corredor, a 29 de abril.
«Não o esperava, é uma surpresa para mim», reagiu o ciclista à saída do hotel onde estava instalado com a Vini Fantini, remetendo mais explicações para depois da contra-análise.
Vencedor do Giro2007, Di Luca teve duas análises que acusaram o recurso a EPO (recombinante, CERA) durante a edição de 2009 da Volta a Itália, que terminou no segundo lugar atrás do russo Denis Menchov.
Depois de ter negado a utilização de EPO, Di Luca acabou por colaborar com as autoridades para obter uma atenuação na pena, que foi revista de dois anos para 15 meses de suspensão.
Anteriormente, o corredor, apontado como uma coqueluche do ciclismo italiano, já tinha tido problemas com o doping quando, em abril de 2008, as autoridades antidopagem defenderam a sua suspensão por dois anos devido a um controlo «anormal» durante o seu vitorioso Giro em 2007, mas do qual foi absolvido pelo Comité Olímpico Italiano (CONI).
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