A Federação Internacional do Automóvel (FIA) substituiu o australiano Michael Masi na direção de corridas pelo português Eduardo Freitas e alterou a regra do ‘safety car’, após a polémica no Grande Prémio de Abu Dhabi de 2021.

Estas são algumas das várias alterações introduzidas no Mundial de Fórmula 1, que arrancou no domingo, no Bahrain (vitória de Leclerc e dobradinha da Ferrari), após o desfecho da temporada passada, com a conquista do título pelo Max Verstappen (Red Bull), em Abu Dhabi, onde chegou empatado com o britânico Lewis Hamilton (Mercedes), sete vezes campeão do mundo, ambos com 369,5 pontos, com vantagem em caso de igualdade para o holandês.

Hamilton liderava a corrida a cinco voltas do final, quando o acidente do canadiano Nicholas Latifi (Williams) levou à entrada em pista do ‘safety car’.

Com vários pilotos atrasados a separarem Hamilton de Verstappen, que seguia no segundo lugar, o então diretor de prova, Michael Masi, ordenou que apenas esses cinco carros com uma volta de atraso deveriam ultrapassar o líder.

Esta decisão deixou Verstappen, com pneus macios novos, no encalce de Hamilton e abriu caminho à ultrapassagem do britânico, que seguia com pneus duros usados.

A polémica levou o novo presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, a despedir Masi, que tinha sucedido a Charlie Whiting, na sequência da morte do britânico, em 2019.

Para o lugar do australiano, foi promovido o português Eduardo Freitas, detentor de vasta experiência como diretor de corrida no Mundial de resistência, que vai alternar na função com o alemão Niels Wittich.

Na semana passada, a FIA publicou, ainda, uma alteração aos regulamentos que esclarece a regra do ‘safety car’, especificando que todos os carros devem passar pelo líder se for considerado seguro fazer isso, e não apenas alguns. Anteriormente, a regra dizia que qualquer carro com uma volta de atraso poderia passar pelo líder sob condições de ‘safety car’ durante uma corrida.

Além disso, em 2022 também vai ser ajustada a pontuação nas corridas em que não sejam cumpridas todas as voltas previstas, como aconteceu no Grande Prémio da Bélgica (teve apenas duas voltas devido à intempérie).

Agora, para corridas em que não tenha sido cumprida entre 50% e 75% de distância prevista, a pontuação vai ser ajustada para 19 pontos para o primeiro (e não os 25 de uma corrida completa), 14 para o segundo, 12 para o terceiro, 10 para o quarto, 8 para o quinto, 6 para o sexto, 4 para o sétimo, 3 para o oitavo, 2 para o nono e 1 para o 10.º classificado.

Mas será em pista que as principais alterações no campeonato serão notadas, fruto da implementação de novos regulamentos técnicos que mudaram o aspeto dos carros.

Desde logo, com o aumento no diâmetro das rodas, que passou de 13 para 18 polegadas. Mas também houve alterações ao nível da aerodinâmica, promovidas com o objetivo de permitir que os carros possam rodar mais próximos uns dos outros de forma a estimular as ultrapassagens em pista.

A introdução de um longo difusor permite criar o efeito solo, em que os carros são ‘sugados’ em direção à pista de forma a terem mais aderência.

Os projetos foram simplificados, assim como as asas dianteiras e traseiras.

O peso mínimo subiu de 743 kg para 768 kg, em parte devido ao aumento das rodas.

Noutro aspeto, a redução de custos continua a evoluir, com as equipas a terem disponíveis 127 milhões de euros para custos operacionais e logísticos (excetuando os salários dos pilotos).