A República Checa é o último obstáculo da seleção portuguesa feminina de futebol rumo a uma terceira fase final consecutiva do Europeu, num derradeiro play-off que abre na sexta-feira, no Dragão, e fecha na terça-feira, em Teplice.

Presente nas edições de 2017 e 2022, e ainda no Mundial de 2023, a formação comandada por Francisco Neto parte com favoritismo, face a uma formação colocada seis lugares abaixo no ranking FIFA e que nunca marcou presença em qualquer fase final.

Já este ano, em 21 de janeiro, Portugal superou as checas em casa por 3-1, num embate particular, com tentos de Ana Capeta, Carolina Mendes e Joana Marchão, contra um de Michaela Khyrova, já a fechar, no Estoril.

Depois disso, Portugal quase ‘passeou’ na fase de apuramento, com cinco vitórias e um empate, no Grupo B3, que conquistou, enquanto a República Checa ‘penou’, ao ser quarta e última do Grupo A2, com um triunfo, uma igualdade e quatro desaires.

A ‘gigante’ diferença é que a seleção das ‘quinas’ esteve a atuar na ‘segunda divisão’, com Irlanda do Norte, Bósnia-Herzegovina e Malta, enquanto as checas disputaram a primeira, com Espanha, Dinamarca e Bélgica.

Face a adversários poderosos, a República Checa perdeu três jogos por dois golos de diferença e um por tangenciais 2-1, empatou na Bélgica e, de forma muito inesperada, venceu em casa a campeã mundial em título Espanha por 2-1.

Este ‘pormaior’, mais o 8-1 na Bielorrússia na primeira mão do primeiro play-off de apuramento – depois empatou 1-1 em casa -, fazem antever um confronto que não se prevê fácil e para o qual pode ser decisivo o jogo da primeira mão.

Na sexta-feira, no Dragão, a formação das ‘quinas’, que no primeiro play-off derrubou o Azerbaijão muito facilmente (4-1 fora e 4-0 em casa), precisa de ganhar vantagem para poder enfrentar com mais otimismo o embate de Teplice.

Com exceção da lesionada Lúcia Alves, jogadora do Benfica há muito de baixa, Francisco Neto tem ao seu dispor as principais ‘armas’ da formação das ‘quinas’, que, em 2024, soma nove vitórias e um empate, a zero, na Bósnia-Herzegovina.

A seleção lusa já não perde desde 05 de dezembro de 2013, quando foi derrotado por 1-0 na receção à França, em jogo do Grupo A2 da Liga das Nações 2002/23, que fez Portugal cair da primeira divisão da prova, à qual já garantiu o regresso, com o triunfo no Grupo B2 de apuramento para o campeonato da Europa de 2025.

Com cada vez mais protagonismo no FC Barcelona, incluindo um ‘bis’ no último jogo da Liga dos Campeões (4-1 no reduto do St. Polten), Kika Nazareth é a principal referência da seleção lusa, que tem, nas eleitas, 11 jogadoras a atuar no estrangeiro.

“É um jogo em que vamos ter de dar um passo em frente. Nos últimos jogos, tivemos muita preponderância com bola e muitos dos nossos problemas defensivos foram resolvidos na reação à perda. Este embate vai-nos obrigar a não ter bola, pois vamos defrontar uma equipa competitiva e bem organizada”, disse Francisco Neto, no dia do anuncio das 26 eleitas.

Nas checas, que têm como principal baixa a guarda-redes Olivie Lukasova (Roma), a grande maioria das futebolistas atua nos dois ‘grandes’ de Praga (Slavia e Sparta), sendo exceções, no ‘onze base’, a média Klara Cahynova, colega de equipa de Andreia Jacinto na Real Sociedad, e as avançadas Andrea Staskova (Galatasaray) e Camila Dubcova (St. Polten).

“Portugal fez grandes progressos nos últimos anos, o que se refletiu na presença no derradeiro Europeu e igualmente no Mundial de 2023. Esperamos uma equipa de grande qualidade, com grande velocidade e técnica. Tem jogadores muito experientes e rápidas”, anteviu o selecionador Karel Rada.

O encontro entre Portugal e República Checa, da primeira mão do segundo play-off de apuramento para o Euro2025 realiza-se na sexta-feira, pelas 19:45, no Estádio do Dragão, no Porto, com a segunda mão em Teplice, na terça-feira, pelas 16:45 (em Lisboa).

A formação vencedora da eliminatória qualifica-se para a fase final da 14.ª edição do Campeonato da Europa, que se realiza na Suíça, de 02 a 27 de julho de 2025.