Francisco Neto, que vai cumprir na receção de quinta-feira a Israel, na qualificação para o Mundial2023, o seu centésimo jogo no comando da seleção feminina de futebol, salienta o crescimento da equipa nos últimos sete anos e meio.
“Fico, acima de tudo, muito orgulhoso. Claro que é um número especial, mas fico feliz por sentir que temos crescido. São 99 jogos partilhados por muitas pessoas, do ‘staff’ às jogadoras e dirigentes”, considera o selecionador português, de 40 anos.
Desde o primeiro jogo de Neto, uma vitória frente à Áustria, em março de 2014, para a Algarve Cup, até ao 99.º (vitória por 5-0 na Bulgária, em outubro, na qualificação para o Mundial2023), Portugal somou 36 triunfos, 20 empates e 43 derrotas.
Ao longo destes sete anos e meio ao leme da seleção feminina, Francisco Neto sente uma “evolução, com altos e baixos normais”, que permitiu à equipa alcançar cada vez melhores prestações.
O crescimento qualitativo evidenciado em campo acompanhou os resultados, uma vez que até 2017 a percentagem de vitórias por ano civil não tinha ultrapassava os 33% e, desde 2018, esse número nunca foi inferior a 40%.
“Temos sido melhores e mais competentes, o que nos tem permitido lutar por outras coisas. E isso, sem dúvida nenhuma, é o mais importante destes 99 jogos”, acrescenta o selecionador, que iniciou funções com Portugal no 41.º lugar do ‘ranking’ FIFA – atualmente é 30.º.
O apuramento para a fase final do Euro2017, disputado na Holanda – a seleção portuguesa ficou-se pela fase de grupos, mas a um golo dos quartos de final –, foi o principal feito de Francisco Neto como selecionador, mas o terceiro lugar na Algarve Cup do ano seguinte também merece destaque.
“Há muitos jogos que nos deixam marca, mas o jogo mais marcante foi o Portugal-Espanha, do Euro2017. A primeira vez que o hino tocou numa grande competição sénior, sem dúvida nenhuma é um jogo marcante”, aponta o treinador.
Este percurso também inclui as derrotas que “custaram imenso”, nomeadamente aquela registada com a Rússia, em casa (0-1), no ‘play-off’ de apuramento para o Euro2022, que as portuguesas vão falhar.
“Mas quando se representa o país, todos os jogos deixam sempre uma marca especial”, sublinha.
Desde março de 2014, Francisco Neto utilizou 66 jogadoras, com Dolores Silva (95 jogos), Carole Costa e Ana Borges no ‘top-3’.
Nestes 99 jogos, a médio Cláudia Neto, que já se retirou da seleção, continua a ser a melhor marcadora, com 19 golos, seguida de Diana Silva (14) e Carolina Mendes (13).
Se vencer Israel na quinta-feira em Portimão, no primeiro encontro de uma jornada dupla de qualificação para o Mundial2023, Portugal ultrapassará a sua maior série de vitórias consecutivas com Francisco Neto, atualmente cifrada em quatro.
Portugal ocupa o segundo lugar do Grupo H da fase de qualificação europeia, com 10 pontos em quatro jogos, a dois da líder Alemanha, seguindo-se Turquia (quatro), Sérvia (três), Israel (zero) e Bulgária (zero), estas quatro com menos um jogo.
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