Vários clubes de futebol em São Tomé pediram ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a anulação das eleições para a Federação São-tomense de Futebol (FSF), marcadas para terça-feira, e a suspensão da direção da instituição.
Numa providência cautelar interposta no Supremo, representantes de pelo menos 15 clubes consideram que os seus direitos de votar "estão a ser coartados", acusam o presidente cessantes Domingos Monteiro ‘Nino’, que concorre para um segundo mandato, de provocar "um grande imbróglio" e fazer "má interpretação dos estatutos da federação".
"São os clubes que têm o direito de exercer o voto para a eleição do corpo diretivo da federação. Sucede, porém, que muitos clubes têm visto esses direitos a ser-lhes negado pela direção da Federação são-tomense de futebol", explicou a Lusa Hérman Costa, advogado desses clubes.
Ainda segundo o advogado, “a direção da federação reconhece uns clubes e outros não” e “baseia-se em critérios absolutamente incompreensíveis”, pelo que “os clubes, sentindo-se lesados, não viram outra alternativa senão recorrerem a uma providencia cautelar para fazer valer os seus direitos".
Entre estes clubes estão a União Desportiva Sardinha Caça de Água Izé (Undescai), Juba, de Diogo Simão, Marítimo, de Micoló, Benfica, de Porto Alegre, que, junto do Supremo Tribunal de Justiça, pedem a suspensão da própria direção da FSF, que responsabilizam pela situação de "grande imbróglio e má interpretação jurídica dos estatutos".
"Tem havido muita polémica entre os clubes e a federação, razão pela qual afirmamos que não estão reunidas condições para a realização desta assembleia e por isso nós pedimos também ao Tribunal para suspender toda a direção da Federação São-Tomense de Futebol e criar uma comissão de gestão para preparar todo o ato eleitoral", referiu Hérman Costa.
O presidente cessante da federação de futebol ‘Nino’ Monteiro disse a jornalistas que "as pessoas que interpuseram a providencia cautelar não têm legitimidade para o fazer", sublinhando que os estatutos da FSF impedem os clubes de recorrer aos tribunais comuns para se queixarem contra a federação.
Esta é a segunda providencia cautelar contra a federação por alegadas arbitrariedades na organização das eleições para no novo corpo diretivo. O primeiro ato eleitoral na instituição devia ter acontecido em 18 de janeiro, mas um dos candidatos, Idalécio Pachire, entrou com uma providencia cautelar e ganhou a causa com o ato a ser suspendo e reconvocado para 19 de fevereiro.
"O alvo a abater é Nino Monteiro, reconhecem que estou a trabalhar bem, estou a dar tudo de mim para a causa do futebol e as pessoas, porque não estão satisfeitas, ao invés de esgotarem os recursos todos, recorrem logo ao tribunal", explicou.
O dirigente lamenta que os clubes descontentes não tenham recorrido a órgãos como o conselho de disciplina, conselho de apelação, assembleia, ou mesmo a Confederação Africana de Futebol (CAF), ou a FIFA para dirimirem os conflitos.
Domingos Monteiro garante, entretanto, que com ou sem providência cautelar "vai haver eleição no dia 19 ".
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