Ricardo Duarte e a Finlândia. Um amor que antes de ser, já o era. A ida do técnico português de 42 anos para aquele país nórdico parecia estar escrita nas estrelas. Começou no Vaasan Palloseura - ou VPS - como adjunto, mudou-se para a Federação de Futebol da Finlândia e passou pelo IF Gnistan antes de mudar para o AC Oulu, onde vai começar a segunda época na Primeira Divisão.
Agora, ao SAPO Desporto, conta-nos a sua história e o seu dia a dia em Oulu, na segunda edição da rubrica 'Mister, mudei de casa', espaço dedicado aos portugueses que fazem carreira no estrangeiro.
Destino: Finlândia
Ricardo Duarte aterrou na Finlândia em 2018, para ser treinador-adjunto no Vaasan Palloseura, também conhecido por VPS, da I Liga. Mas o convite para trabalhar no país nórdico tinha surgido um ano antes, pelas mãos de José Couceiro, com quem trabalhou no Vitória de Setúbal na I Liga portuguesa, na época 2016/2017.
"Alguém lhe tinha perguntado se conhecia alguém com um perfil específico, ele olhou para mim e achava que eu tinha o perfil e, de repente, perguntou-me: 'Olha lá, queres ir para a Finlândia?' Estávamos no balneário a preparar um treino, em maio, quase no final da época. Nunca tinha pensado seriamente sequer em sair de Portugal para trabalhar. Fiquei a olhar para ele, a tentar perceber", recorda, em conversa com o SAPO Desporto.
Fotos: Ricardo Duarte no AC Oulu
A oportunidade não avançou, mas o seu destino estava ali traçado: "Havia alguma coisa a puxar-me porque acabei por ir para a Finlândia", conta-nos.
A oportunidade seria concretizada mais tarde, quando conheceu Jani Sarajärvi, treinador-adjunto no VPS, que era seu aluno na pós-graduação de futebol internacional para treinadores, na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
"Fizemos uma amizade interessante ao longo do ano e, a certa altura, disse-lhe-: 'Olha, não vou continuar no Vitória de Setúbal, tenho que ver se consigo reorientar-me, porque não gostaria de deixar de treinar. E ele perguntou-me: 'Tu gostarias de ir para a Finlândia?' E disse-lhe: 'Porque não?'
E ele diz-me: 'Dá-me uma semana'. E eu pensei, bom ele vai ver se há qualquer coisa. Daí a uma semana, ele contacta-me com uma seriedade, - lá está, este lado muito sério e honesto dos finlandeses - e diz-me: 'Existe uma possibilidade muito concreta aqui num clube de Primeira Liga, como adjunto. Serias o número 2 do staff técnico, terias interesse?’ Disse-lhe, 'ok, sim, vamos conversar sobre isso'."
Dois dias depois estavam os três, Ricardo Duarte, Jani Sarajärvi e Petri Vuorinen, o treinador principal da equipa, num encontro via Skype para se conhecerem melhor. Sarajärvi queria parar de treinar para continuar a estudar [está a terminar o doutoramento em Lisboa] e viu em Ricardo Duarte a pessoa ideal para o seu lugar no VPS.
"Houve uma empatia muito grande [com o treinador], marquei logo uma visita em junho, estive uma semana com eles: o estádio era novo, as condições de trabalho eram notáveis, o treinador recebeu-me muito bem, gostei do que vi, disse que sim, acertámos as condições, etc e assinei contrato", explica.
O dia a dia em Oulu
Ricardo Duarte diz-se feliz em Oulu, a 5.ª maior cidade da Finlândia. Aqui é preciso uma "capacidade de adaptação grande, porque as condições climatéricas são quase extremas". Tudo é organizado em função dos seis meses com neve e dos seis meses sem neve. E isso afeta muito a organização do futebol, já que todas as equipas treinam e jogam em campos fechados durante os meses de inverno. No Sul é apenas dois a três meses, em Oulu é seis meses".
"A qualidade de vida é muito boa para quem gosta destas paisagens idílicas e quem gosta de desportos de neve. As minhas filhas adoram. Eu esquiava mais quando estava em Portugal, procurava ir a Espanha, França, aqui menos”, explica.
No verão, tudo muda.
"É uma beleza tremenda com quase dois meses de noite branca porque estamos muito perto do Círculo Polar Ártico, aqueles dias longos onde o Sol se põe a meia noite, mas a claridade está sempre presente. No inverno as pessoas vivem muito no recolhimento, abrandam o ritmo, e no verão metem tudo cá para fora com uma energia fantástica para aproveitar a luminosidade, o sol, o calor (quando temos 25 graus no verão é muito bom)”, diz-nos o técnico natural de Barcelos.
E como é o dia a dia em Oulu?
"A sociedade está organizada para que as pessoas não tenham de estar fechadas em casa o dia todo. Há vários sítios onde se pode ir, como restaurantes, ginásios, piscinas, centros comerciais, espaços que permitem convívio social e são ricos em aquecimento. Ninguém passa frio aqui, conseguimos fazer uma vida completamente normal. Claro que não dá para fazer um picnic ou ir à praia, mas no verão dá", diz-nos Ricardo Duarte.
Oulu apresenta os desportos de inverno como as principais atrações. As estâncias de esqui são muito acessíveis a nível de preços. A cidade é um ponto de paragem obrigatória para quem quer ir visitar a Cidade do Pai Natal (Rovaniemi, na Lapónia), no Círculo Polar Ártico, já que fica a apenas duas horas de comboio. No verão aproveita-se as noites brancas, quando o sol se põe às 23 horas ou mesmo à meia noite.
Os concertos e espetáculos ao ar livre são outros destaques.
"No meio do verão eles têm o mid-summer, no meio do verão mesmo, em que o país pára durante dois dias para eles celebrarem toda esta luz, esta energia. É uma altura muito interessante para visitar Oulu. É uma cidade completamente plana, é a cidade das bicicletas, da mobilidade, tem mais ciclovias que estradas para carros, é fantástico. Chega-se a qualquer lado rapidamente. Para quem gosta desta cultura de mobilidade, das ciclovias, das bicicletas, é um exemplo muito giro", elogia.
No verão, destaque para as praias, muito frequentadas, com águas a apresentarem temperaturas apetecíveis: "No verão a água é mais quente aqui que na nossa costa atlântica. Há sempre a possibilidade de se viajar de carro ou autocaravana até a Suécia ou Noruega, que ficam perto.
Portugal: tão longe e tão perto
Devido à pandemia de COVID-19 e às suas restrições, Ricardo Duarte esteve dois anos sem pôr os pés em Portugal. Voltou no final de 2022, para matar as saudades durante uns "dias fantásticos".
Em Oulu, Ricardo Duarte mata as saudades da terra com encontros com a comunidade portuguesa residente na cidade. E, nos encontros, não pode faltar a culinária nacional.
"É engraçado porque há portugueses em Oulu com quem se acaba por fazer amizades. E uma dessas portuguesas tem um namorado finlandês e ele há dias referia-se a culinária e ao sentimento dos portugueses para com a sua culinária como uma espécie de religião"
"Quando ele nos ouve a conversar sobre a comida… porque é uma culinária diferente, a nossa dieta mediterrânea, com produtos que temos nos nossos cozinhados como azeite, especiarias, os recursos do mar, o peixe, é muito diferente. Aqui a culinária é mais fria, mais feita à base de molhos", completa Ricardo.
Entender o finlandês. Aqui o silêncio é de ouro
Ricardo Duarte está na Finlândia há quase quatro anos. Confessa que chegou num "contexto muito favorável, muito rico", para trabalhar num "clube que tinha excelentes condições de trabalho". Foi muito bem-recebido, mas no início teve de superar o contraste cultural, no contacto com as pessoas.
"Os finlandeses são um povo muito orgulhoso da sua identidade, algo perfeitamente natural, porque a autonomia deles esteve em causa há menos de 100 anos. São muito cuidadosos a quem abrem a porta vindo de fora. Neste sentido acho que fui um felizardo porque as portas me foram escancaradas desde o início, muito bem aceite e bem tratado pelos clubes e federação por onde passei", confessa.
Na Finlândia destaca a organização, o planeamento. Tudo é feito em função da geografia e do clima. E isso molda a cultura do povo.
"Se não forem um povo organizado, com tudo planeado, alguns morrem no inverno. Até tem uma expressão que traduzido para português é algo como 'Não há nada melhor que um bom plano'. As organizações deles funcionam porque planeiam e respeitam o planeamento. E depois têm uma caraterística importante, se calhar até longe do que estamos habituados no sul da Europa: são cruelmente honestos, extremamente honestos. É muito difícil um finlandês conseguir mentir-te, mesmo que seja aquela mentira social. Por dizerem a verdade frontalmente, às vezes até parecem rudes, mas é a forma de estar deles. Mas ao mesmo tempo as organizações e as pessoas são confiáveis", analisa o técnico de 42 anos.
Outro contraste com os povos do Sul são os compromissos. Na Finlândia não há salários em atraso no futebol, algo tão corriqueiro e quase natural no futebol português.
"O dia de pagamento é o dia de pagamento [...] o que prometem, cumprem até ao último dia. Mas não pensem que a meio vão renegociar coisas porque o que está assinado, o que está escrito, é para os dois lados".
Outra diferença: são um povo que coopera mais do que no Sul da Europa.
"Cooperação é a base do desenvolvimento da sociedade e nós, no Sul, competimos, competimos, competimos, para chegar a alguma posição e às vezes cometemos alguns excessos nessa competição", frisa Ricardo.
Na Finlândia é diferente: "Eles aqui competem menos e cooperam mais e a sociedade deles anda para a frente. São duas formas de olhar o mundo".
No futebol, o jogador finlandês acaba por refletir a sua cultura. Ricardo Duarte descreve-os como sendo muito inteligentes e com muita vontade de aprender. "Cuida muito do seu corpo, o tal trabalho invisível fora de campo - o que come, quantas horas dorme, como recupera de um treino para outro, etc. -. São muito profissionais, e sinto mais este nível de cuidado aqui em Oulu", confessa. "Mas é preciso ter cuidado porque facilmente começam a desacreditar", explica o técnico.
Aqui, todos estudam. O sistema educacional, um dos melhores do Mundo, é flexível para permitir que os atletas possam conjugar o futebol com os estudos.
"Há uma expressão muito caraterística que é o silêncio finlandês ou o 'finnish silence'. Quando se faz uma pergunta ao finlandês, ele fica uns segundos a processar, não diz nada, e depois responde da forma mais assertiva que conseguir. No Sul da Europa, se nos perguntam na rua onde fica o restaurante x, começamos a falar com a pessoa e enquanto respondemos ainda estamos à procura da resposta na nossa cabeça", conta o técnico do FC Oulu.
Apostar nos jovens e consolidar o AC Oulu no futebol finlandês
Esta será apenas a segunda época que Ricardo Duarte começa desde o início no AC Oulu, equipa que neste momento está a fazer a pré-época. Contratado no final de 2021, o treinador conseguiu salvar a equipa da descida de divisão. Antes, tinha estado duas épocas no IF Gnistan, depois de uma passagem pela Federação de Futebol da Finlândia, onde foi Coordenador de Formação.
Os jogos oficiais começam a 28 de janeiro, com a disputa da Taça da Liga, com jogos indoor (em campos de futebol cobertos e fechados). A Liga finlandesa começa no início de abril e vai até final de outubro. São 12 equipas, com 22 jogos numa fase regular, depois dividido em dois grupos. Numa segunda fase as equipas fazem mais cinco jogos. O top-6 vai determinar tudo: campeão, quem vai a UEFA, quem desce.
Mas no ano passado foi introduzido um novo formato onde o último lugar europeu (última vaga para a Conference League) é disputado num torneio final, onde, curiosamente, quem vence o grupo de baixo (os seis últimos), apura-se para esse torneio e tem uma possibilidade de ir a Europa.
Na época passada, o AC Oulu terminou em 7.º. Venceu o grupo de manutenção e até podia ter conseguido uma vaga na UEFA, mas perdeu na meia-final do torneio de apuramento para a última vaga europeia.
A equipa podia ter ficado no grupo de cima (5.º lugar), mas cometeu um erro de inscrição de um atleta e sofreu uma derrota na secretaria num jogo que tinham ganho. Isto porque na ficha de jogo tem de haver 50 por cento de jogadores formados localmente e 50 por cento formados no exterior. A equipa jogou com um jogador de origem brasileira, que está na Finlândia há muito tempo, onde casou e fez família, fala a língua, já não conta como extracomunitário, mas não conta como jogador formado localmente.
A equipa mistura juventude com experiência. Os portugueses Sandro Embaló e Rafael Floro, que fizeram parte do plantel da época passada, saíram. Ricardo Duarte garante que o plantel está fechado.
"Temos jovens com muita qualidade e trabalhamos nesse sentido. No ano passado tivemos um miúdo de 18 anos que fez uma temporada brutal e que ficou no 11 Ideal da Liga, temos jovens nas seleções, um lateral esquerdo (Noah Pallas) que está com a seleção principal em estágio no Algarve, com 21 anos. Foi chamado pela primeira à seleção principal, nem sequer tinha sido chamado aos sub-21, mas porque se afirmou na nossa equipa na I Liga acabou por ter esta oportunidade", conta.
Há jogadores do AC Oulu nas seleções de sub-21 e nos sub-19 da Finlândia, o que valoriza este projeto de desenvolvimento dos jogadores.
"Sinto-me muito confortável nesta pele, de dar oportunidades, de correr riscos, de os atirar lá para dentro. É algo que me dá muito gozo. E quando eles têm qualidade, não custa nada", garante.
Com Ricardo Duarte, a direção espera estabilizar o clube na I Liga, depois de muito tempo na II Liga. Durante anos, a região não teve equipa na I Liga que promovesse o jogador local.
“A estratégia do clube é a de desenvolver os jogadores aqui do Norte da Finlândia. Oulu é uma cidade que tradicionalmente tem dado muitos jogadores à Seleção Nacional da Finlândia", explica o técnico português.
O plano de fuga após ameaça de invasão russa
A 24 de fevereiro de 2022 o Mundo acordou com a invasão da Rússia a Ucrânia, que trouxe a guerra de volta a Europa. Para se protegerem de uma possível invasão, vizinhos como Finlândia e Suécia mostraram vontade em fazer parte da Aliança Atlântica. A Rússia deixou muito claro, através do Ministro dos Negócios Estrangeiros, que haveria retaliações caso tal se concretizasse.
Com o futuro incerto, Ricardo Duarte e a família preparam-se para tudo.
"Tínhamos a mala pronta, documentos, algum dinheiro num envelope, um carro com o depósito cheio e pneus preparados. O plano de fuga seria pelo Norte, pela Noruega, porque se fôssemos pela Suécia, se calhar se atacassem aqui, atacariam também a Suécia. [A invasão] esteve muito presente e embora os finlandeses não sejam de falar muito, toda a gente estava preparada. E a sociedade deles está preparada para isto há muitos anos", garante.
"São vizinhos da Rússia, a última vez que perderam a sua independência foi com os russos, a guerra de inverno na Segunda Guerra Mundial foi com os russos. São vizinhos, mas sinto que não confiam nos russos", completa Ricardo Duarte.
Uma reunião entre os presidentes dos dois países - Sauli Niinistö, Presidente da Finlândia e Vladimir Putin, Presidente da Rússia - deixou tudo claro: não haveria invasão. A ameaça desapareceu, mas os finlandeses estão cientes que poderá voltar, embora seja difícil que tal aconteça no imediato.
Ricardo Duarte, o professor de Rúben Amorim e Luís Freire
Ricardo Duarte foi formado em Educação Física na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Doutorou-se em treino e análise de futebol pela Faculdade de Motricidade Humana. Trabalhou nas camadas jovens de Vila Pouca, Juventude Évora, e ainda na AF Vila Real. Foi professor universitário durante 16 anos.
Depois de vários anos como professor na FMH, partiu para uma carreira profissional como técnico. Após a sua saída do Vitória de Setúbal, percebeu que muito dificilmente conseguiria lançar a sua carreira em Portugal. Num mercado tão saturado, o estrangeiro é uma saída natural para aqueles que procuram melhores condições. E a culpa deste "fenómeno fantástico" é de José Mourinho.
"Criou uma paixão tremenda em muitos jovens portugueses em ser treinadores, que dantes não havia. Dantes todos queriam era ser jogadores. Alguns meteram na cabeça que só queriam ser treinadores. Depois temos tanta gente a investir tanto tempo, energia, dinheiro, em formar-se que, no fundo, temos um mercado saturado. A fuga para o estrangeiro é natural", garante.
Esta é a história de Ricardo Duarte, mas também de muitos portugueses que obrigados a emigrar.
"O nível salarial está mais baixo do que antes e a tendência não será para melhorar. A saturação do mercado em Portugal é tão grande que se eu não aceitar por determinado valor, há quem aceita. Sei de casos de gente que quase paga para trabalhar no futebol profissional em Portugal. E isto quase não se fala", denuncia o técnico.
"Não estou a referir-me a treinadores principais, estou a falar de auxiliares e outros treinadores que quase pagam para ter uma oportunidade de estar no meio e, quem sabe, algo acontecer. Estamos a chegar a este ponto que não é positivo para a valorização da nossa profissão e da formação que muita gente fez durante anos e anos", adverte.
A fuga para o estrangeiro também é uma forma de elevar o nome de Portugal, como fez José Mourinho e outros técnicos, que aumentaram e muito a credibilidade dos treinadores lusos.
"Em algumas regiões, aqui nos países nórdicos, por exemplo, na Finlândia são muito bem vistos e tenho dado uma ajudinha nisso. Na Noruega são completamente apaixonados pelos treinadores portugueses, muitos deles contratados para a formação. No Médio Oriente são quase idolatrados [...]. Acabamos por nos ajudar uns aos outros com o trabalho que vamos fazendo aqui e ali. Nem todos ganham títulos, mas alguns desenvolvem os seus clubes, conseguem progredir nas suas carreiras e é uma onda positiva que nos vai ajudando uns aos outros", afirma o técnico de 42 anos.
Rúben Amorim, atual treinador do Sporting, e Luís Freire, o homem que comanda o Rio Ave, foram alguns desses jovens técnicos que passaram pelas mãos de Ricardo Duarte quando este era docente na FMH. O atual timoneiro dos vila-condenses foi um dos melhor alunos que lhe passaram pelas mãos, tal como Rúben Amorim, um técnico com muita sede de aprender.
"Rúben Amorim tinha terminado a carreira de jogador e estava a estudar, a investir na sua formação, de forma intensa. Percebia-se que tinha muito nível e qualidade, muita reflexão sobre a sua experiência e uma sede muito grande de conhecimento nas poucas áreas em que tinha lacunas. E eram muito poucas. No grupo onde ele estava, toda a gente reconhecia que estava ali um potencial imenso, que ele rapidamente materializou", recorda.
O técnico do AC Oulu elogia a forma como o jovem treinador de 37 anos conseguiu impor as suas ideias pode onde foi passando.
"Os contextos por onde se movimentou no início de carreira foram potenciadores para poder mostrar qualidade. No Casa Pia foi-lhe permitido explorar, experimentar. Há vários relatos nesse sentido de ex-jogadores dele que partilharam estes testes. No Braga as coisas já estavam mais materializadas. Os degraus foram todos muito progressivos: no Braga começou na equipa B. Teve a oportunidade nos primeiros meses de testar para quando chegar a um plano mais mediático, como na equipa principal do Braga, onde venceu o seu primeiro título. É um dos grandes treinadores portugueses do momento", reconhece.
Com mais um ano de contrato, Ricardo Duarte não descarta nada. Para já, quer fazer melhor do que na época passada no AC Oulu, ajudar a estabilizar a equipa Primeira Liga e lutar pelas posições europeias.
O técnico de 42 anos quer "dar passos sólidos" no desenvolvimento da carreira para mais tarde experimentar outros campeonatos: "Quero treinar em ligas mais competitivas. Este é o futuro que quero ter", atira.
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