Ainda não foi desta que um português venceu o Mundial de Clubes. O Palmeiras, de Abel Ferreira, perdeu a final da prova diante do Chelsea por 2-1, após prolongamento. Lukaku deu vantagem aos campeões europeus, Rafael Veiga empatou, de penálti, para os bicampeões da Libertadores. A três minutos do final dos 120 minutos, um penálti convertido por Kai Havertz deu o títulos aos londrinos.
No estádio Mohamed Bin Zayed, Chelsea e Palmeiras procuravam um título que seria inédito para os dois clubes. Apesar de o favoritismo estar no Chelsea, campeão europeu, a equipa de Abel Ferreira queria mostrar o porquê de ser bicampeão da Taça Libertadores, com os títulos de 2020 e 2021.
Para chegar até a final, o Palmeiras venceu o Al-Ahly, do Egito por 2-0, enquanto o Chelsea venceu o Al Hilal, da Arábia Saudita, por 1-0.
Duas equipas à procura de um título inédito
O Chelsea entrou melhor e ameaçou a baliza de Weverston em várias ocasiões, principalmente por Hudson-Odoi, o mais irrequieto do ataque londrino. Os brasileiros só responderam aos 24 minutos, num grande lance individual de Dudu que quase terminava em golo. Seis minutos antes, Gustavo Gómez tinha testado a atenção de Mendy, num lance de bola parada.
Com um meio-campo muito povoado e muita gente na zona intermédia, o Palmeiras não permitia que o Chelsea criasse jogo pelo corredor central. O rigor tático da formação de Abel Ferreira frustrava a maior parte das ações ofensivas dos ingleses.
Aos poucos, o Palmeiras foi-se libertando e saindo em contra-ataque, principalmente por Dudu e Rony. O primeiro voltou a estar em evidência aos 28 minutos, mas não teve discernimento para finalizar uma boa jogada atacante, já na área londrina. O remate do avançado saiu torto e para fora.
A meio do primeiro tempo, Thomas Tuchel teve de trocar Mount por Pulisic. E viu o Chelsea ficar perto do golo, em duas ocasiões, ambas pelo veterano central Thiago Silva. Numa delas, valeu a grande intervenção de Weverton.
Chelsea mais forte, Palmeiras na expetativa
O Chelsea ganhou vantagem logo no início do segundo tempo pelo belga Lukaku. Na sequência de um canto, o possante avançado saltou mais alto que toda a gente e desviou para o fundo das redes, aos 55 minutos.
Dois minutos depois, é Pulisic a estar perto do 2-0, mas o seu remate saiu ligeiramente ao lado.
Já com o avançado Jaílson em campo, no lugar de Zé Rafael, o Palmeiras vai chegar ao empate aos 64 minutos, na sequência de uma grande penalidade convertida por Raphael Veiga. O lance nasce de uma mão na bola na área do Chelsea, do brasileiro Thiago Silva. Alertado pelo VAR, o árbitro australiano Chris Beath foi rever a jogada no monitor e marcou penálti.
Pulisic, que tinha ameaçado o 2-0, esteve perto do golo novamente aos 74 minutos, após assistência de Lukaku, mas o seu remate voltou a sair a centímetros do poste.
Thomas Tuchel apostou em Timo Werner e Saul Niguez nos lugares de Lukaku e Hudson-Odoi, Abel Ferreira trocou Rony por Wesley e Atuesta por Rafael Veiga.
Apesar das mudanças e de ter mais bola, o Chelsea não conseguiu criar perigo. O Palmeiras defendia como podia até ao apito final. O jogo iria para prolongamento.
Penálti decide para os londrinos
O técnico do Chelsea aproveitou o tempo extra para lançar Malang Sarr e Ziyech nos postos de Christensen e Kovacic. Mas quem continuava a ameaçar o golo era o norte-americano Pulisic. Aos 99 minutos, aproveitou uma confusão na área brasileira para rematar mas o desvio bateu na barra.
No segundo tempo do prolongamento, Marco Rocha impediu o tento de Kai Havertz. Mas aos 117, o alemão marcou o golo da vitória, na transformação de uma grande penalidade, após mão na bola de Luan.
O Chelsea, última equipa europeia a perder uma final do Mundial de Clubes, em 2012, conquista o seu primeiro Mundial de Clubes.
A 18.ª edição da prova que sucedeu à Taça Intercontinental – disputada de 1960 e 2004, entre os campeões da Europa e da América do Sul – volta a ser ganha pela Europa, que vai em nove vitórias consecutivas e conta 14 títulos.
Abel Ferreira, o segundo treinador português a chegar à final do Mundial de clubes, depois de Jorge Jesus (Flamengo), perde assim o título de campeão do Mundo de clubes.
O ‘ranking’ da prova é liderado pelos espanhóis do Real Madrid, com quatro títulos - três deles com o português Cristiano Ronaldo na equipa -, contra três dos compatriotas do FC Barcelona, nas três finais com golos do argentino Lionel Messi, e dois de Bayern Munique e Corinthians, em 17 edições.
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