O julgamento de Rui Pinto, criador da plataforma Football Leaks, onde divulgou documentos confidenciais do mundo do futebol e alegados esquemas de evasão fiscal, começou hoje pelas 10:45, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, adiantou à Lusa fonte judicial.
A primeira sessão do julgamento, presidida pela juíza Margarida Alves, estava agendada para as 09:30, mas começou já com mais de uma hora de atraso e rodeada de forte aparato policial - expresso num perímetro de segurança em torno das instalações e com a presença de unidades especiais da Polícia de Segurança Pública (PSP) – e mediático, atraindo dezenas de jornalistas de vários países.
As fortes medidas de segurança ditaram que os profissionais de comunicação social que assistem à sessão, tanto na sala de audiência – onde puderam entrar 12 jornalistas - como na sala que transmite o julgamento por videoconferência, não pudessem levar telemóvel e computador.
Foram estipuladas duas pausas de manhã e outras tantas de tarde, de forma a que os profissionais de comunicação social possam informar sobre o desenrolar do julgamento.
Nas imagens recolhidas por repórteres de imagem e fotojornalistas antes do início da sessão foi ainda possível observar Rui Pinto na sala com máscara de proteção, devido às regras sanitárias por causa da pandemia da covid-19.
À entrada, os advogados que representam o criador do Football Leaks, Francisco Teixeira da Mota e William Bourdon, não quiseram prestar declarações, à semelhança do advogado Aníbal Pinto, o outro arguido do processo, pronunciado apenas pelo crime de extorsão, na forma tentada.
Rui Pinto, de 31 anos, vai responder por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, por 14 de violação de correspondência e por seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol e a Procuradoria-Geral da República, e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e o seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
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