O Sporting foi ao Algarve para visitar o Portimonense (2-1) na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, mas não voltou para Lisboa sem um valente susto. A equipa de Ruben Amorim esteve a poucos segundos de ter de cumprir (pelo menos) mais 30 minutos de prolongamento, mas no final apareceu Harder no salvamento.
Os leões não conseguiram "matar" um jogo que parecia acessível, mas onde imprimiram um ritmo q.b. e tendo em conta que terça-feira há Liga dos Campeões, a displicência podia ter saído caro.
O jogo explicado: Devagar, devagarinho, o leão chegou ao seu destino
O Sporting entrou dominador e cedo percebeu que a sua superioridade era um trunfo demasiado pesado, perante um Portimonense em crise na II Liga. Mesmo com alguns jogadores importantes de fora, o onze escalado por Ruben Amorim tinha toda a capacidade para bater os algarvios.
A constante insistência ofensiva não estava a ser eficaz, mas era suficiente para controlar uma equipa adversária com demasiado respeito. Os lances de perigo verdes e brancos multiplicavam-se mas não chegavam para perturbar Vinícius.
Tudo mudou aos 40 minutos, quando numa jogada que já havia sido repetida várias vezes, quando Nuno santos deixou Harder em boa posição e o dinamarquês mostrou sangue frio para inaugurar o marcador.
Quebrada a resistência num momento importante, era de prever que o Portimonense fosse abaixo, certo? Errado. Os algarvios voltaram do balneário mais atrevidos e mostraram ao Sporting que se se expusesse em demasia ia sofrer. E assim foi.
As constantes faltas foram diminuindo paulatinamente o ritmo da partida ao longo dos segundos 45 minutos e o número de lances de perigo também seguia pelo mesmo caminho.
Esse adormecer foi mútuo e, aos 87 minutos, a estatura dos homens do Portimonense fez-se sentir quando Alemão respondeu da melhor maneira a um canto e deixou Elijah à mercê da baliza. O avançado cumpriu e deixou os adeptos da casa em festa e com a esperança renovada.
O que era um duro golpe para os leões, que teriam de jogar um mínimo de 30 minutos a mais, uns dias antes de mais um duelo importante na Liga dos Campeões, contra o Sturm Graz, transformou-se em euforia. Conrad Harder finalizou um bela jogada de entendimento entre Bragança e Gyokeres (os melhores jogadores do Sporting neste momento) e repôs a tranquilidade no rosto de Amorim no último minuto de compensação.
O Sporting levou um abanão mas conseguiu ultrapassar esta missão, que se revelou demasiado dura, com nota mediana e a certeza que facilitismos como o de hoje podem ter um custo muito mais elevado numa fase final da temporada.
O momento: Harder vestiu de Gyokeres no final
Quando já todos se preparavam para o prolongamento, Harder mostrou o porquê do Sporting acreditar tanto nele e resolveu a partida, mostrando-se um suplente à altura de Gyokeres.
O melhor: Bragança está cada vez mais mestre
Daniel Bragança é claramente um jogador que caiu no goto de Ruben Amorim e dá para perceber porquê. Mesmo nas piores fases do jogo manteve sempre a clarividência e era o cérebro da equipa que definia com perfeição o momento de atacar e o de acalmar.
Se na gestão do jogo já é um ás, está a ganhar argumentos ofensivos e não é descabido pensar que a Seleção Nacional possa estar aí à porta.
Nota ainda para estreia do jovem Bruno Ramos pela equipa principal do Sporting.
O pior: Nuno Santos não aproveitou a oportunidade
O ala está a viver o momento de menor fulgor desde que chegou ao Sporting e perdeu a titularidade. Hoje surgiu de início, mas como não está com o ritmo de outros tempos, não conseguiu impor uma das suas maiores qualidades: a intensidade.
Esteve sempre muito previsível nas ações ofensivas e só se safa com nota positiva por ter feito uma assistência para Harder. A equipa precisa do melhor Nuno Santos e este precisa de consistência para poder apresentar a sua melhor versão.
Um dilema complicado que só Ruben Amorim poderá resolver.
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