O hino turco ecoou hoje pela primeira vez na Ataköy Arena, em Istambul, com a subida ao pódio da anfitriã Tugba Danismaz, nova campeã da Europa do triplo salto ‘indoor’, ao lado da antecessora Patrícia Mamona, terceira classificada.
“Se calhar, era o que merecia. Agora, que estou mais consciente, e saí do pódio, onde ouvi o hino nacional turco e vi a vencedora, foi emocionante, porque pensei em tudo o que a Turquia passou nas últimas semanas e, sinceramente, ela merecia o ouro, está bem entregue”, afirmou a portuguesa, na zona mista.
Depois da cerimónia do pódio referente à competição de sábado, quando Danismaz venceu, com os 14,31 metros do primeiro salto, batendo a portuguesa, vice-campeã olímpica, que inaugurou o concurso com 14,16 e ainda viria a ser superada pela italiana Daiya Derkach, medalha de prata, com 14,20 no segundo ensaio.
“Temos de ser positivos, eu tenho sempre tentado olhar para o lado brilhante das coisas e levo mais uma medalha. Tenho de estar muito feliz com a minha carreira e com tudo o que conquistei”, admitiu.
Na sua sexta presença em Europeus em pista coberta, Mamona, de 34 anos, estreou o terceiro lugar do pódio, depois de se ter sagrado campeã em Torun2021 e de ter subido ao segundo lugar em Belgrado2017 – foi ainda oitava em Gotemburgo2013, quinta em Praga2015 e quarta em Glasgow2019.
Patrícia Mamona voltou a disputar a final de uma grande competição condicionada por lesão, tal como nos Mundiais ao ar livre de Oregon2022, nos Estados Unidos, e, depois, nos Europeus, em Munique, na Alemanha.
“Não me sinto muito bem, mas estou feliz. Faz parte da carreira. São normais as dores, mas a vida é assim. Faz parte do percurso de atleta, tive muitas vitórias e muitas derrotas, muitos obstáculos. Este foi mais um que ultrapassei. É uma expressão da minha personalidade que é lutar até ao fim, mesmo sabendo que não estava bem”, referiu a atleta, que se queixou de uma lesão no adutor, contraída na qualificação em Istambul2023, na sexta-feira.
Terminada a competição, a atleta do Sporting olha em frente e nos próximos objetivos.
“Estou a pensar que ainda tenho muito para dar. O recorde nacional de 15,53 ainda está um bocadinho entalado, porque sei que estou a valer muito mais. Ontem [no sábado] não foi mas melhores dias virão”, sublinhou.
E, inevitavelmente, surgem na sua agenda os Campeonatos do Mundo, a disputar em Budapeste, entre 19 e 27 de agosto, numa competição em que tem como melhores resultados os oitavos lugares em Oregon2022 e Doha2019.
“Assim que estiver recuperada vou entrar no “modo lutar pelas medalhas, modo ‘Patrícia beast [besta]”, prometeu, assegurando que a competitividade da sua disciplina a favorece e estimula: “O triplo salto tem sido uma competição espetacular e não só pela Yulimar [Rojas], mas também por causa das outras atletas, mas é isso que eu gosto: quanto mais puxam por mim, mais eu me supero”.
A atleta, campeã da Europa ao ar livre em Amesterdão2016 e prata em Helsínquia2012, não deixou a zona mista da Arena Ataköy sem agradecer “a todos os portugueses pelo apoio, que tem sido excecional”, praticamente pedindo desculpa por não regressar com a comitiva na segunda-feira, para se juntar à família em Londres.
“Sei que os portugueses estão orgulhosos do meu trabalho e podem estar confiantes que vou dar sempre o meu melhor e representar o nosso país da melhor forma”, garantiu.
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