A treinadora de futebol feminino do Benfica mostrou-se hoje entusiasmada por poder elevar a modalidade e o clube “para outro patamar”, na véspera da primeira de duas finais consecutivas com o Sporting de Braga.
“Foi para isto que trabalhei uma vida inteira, a lutar para ter oportunidade de fazer algo diferente. O Benfica é o meu clube de coração e foi aqui que fui formada. Acaba por ser o culminar de anos de trabalho e o alcançar de um objetivo que sempre pretendi, fazer com que o futebol feminino e o Benfica pudessem dar o passo para outro patamar”, disse Filipa Patão.
Treinadora adjunta na equipa técnica de Luís Andrade, a ex-defesa central assumiu o cargo em 27 de dezembro, após a saída do antigo internacional português, numa altura em que o Benfica enfrenta vários jogos decisivos, entre os quais as finais da Taça da Liga, na quarta-feira, e da Taça de Portugal, em 13 de janeiro, ambas diante do Sporting de Braga.
“Se queremos que o futebol feminino atinja esse patamar profissional, temos de nos preparar e estar ao nível que as competições exigem. Não temos de nos queixar, mas sim ver isto como uma perspetiva positiva de que o futebol feminino está a aproximar-se cada vez mais do futebol masculino”, sublinhou.
Essa aproximação é um dos principais objetivos de Filipa Patão, ao afirmar que “o futebol é igual”, apenas dependendo dos intervenientes e da forma de jogar: “Vamos dar continuidade aos objetivos, mas com um cunho pessoal diferente. Quanto melhor nós formos, melhor vai ter de ser o adversário, e assim sucessivamente”.
Dividindo o favoritismo entre as duas formações, a treinadora de 31 anos frisou que a equipa minhota “merece todo o respeito”, mas o símbolo do Benfica “representa sempre uma obrigação de fazer mais e melhor”, partindo para o jogo “com a vontade, a necessidade, o querer e a ambição de o ganhar”.
“Espero um Sporting de Braga motivado, tal como nós. Ninguém joga uma final sem ser para ganhar. Perderam algumas jogadoras na transição de um ano para outro, mas tenho a certeza que não é indicador de fraqueza, mas sim de ainda mais trabalho. O nosso rigor e forma de estar foi a pensar num Sporting de Braga muito, muito forte”, realçou.
A imprevisibilidade no jogo torna-se ainda mais fundamental em duas finais seguidas diante do mesmo adversário, com a treinadora das ‘encarnadas’ a querer estimular às jogadoras esse fator, pois “tudo o que for um padrão é mais fácil de ser anulado”.
“Queremos que elas percebam o jogo, que trabalhem sempre a perceber as suas limitações e as suas fortes capacidades, retirar o melhor delas e torná-las cada vez mais imprevisíveis no jogo”, explicou, pretendendo igualmente passar a mensagem de respeito e atitude: “Podem querer tramar-nos em qualquer campo, em qualquer coisa, mas na atitude ninguém nos vai tramar”.
A internacional brasileira Ana Vitória, de 20 anos, contou que as atletas estão “felizes por poder disputar dois títulos”, após a paragem e interrupção das provas da temporada passada, devido à pandemia de covid-19, tendo pela frente uma equipa “muito forte, com tradição no futebol”.
“É sempre um jogo difícil, já ganhámos e perdemos, mas cada jogo é um jogo. Temos de estar preparadas para novas situações, novos resultados e novos desafios”, afirmou a centrocampista, que expressou a vontade do plantel em ouvir e executar as ideias de jogo de cada treinador e, “acima de tudo, honrar o Benfica”.
O Benfica e o Sporting de Braga defrontam-se na quarta-feira, na final da Taça da Liga de futebol feminino, com início marcado para as 19:45, no Estádio Municipal de Aveiro.
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