O desporto português tem vivido dias felizes nos últimos tempos, culminando no último fim de semana com a vitória de Rúben Guerreiro da (EF Pro Cycling) na nona etapa da Volta a Itália. Isto precisamente numa prova que tem sido liderada pelo ciclista João Almeida (Deceuninck-Quick Step) que ainda vai resistindo com a 'rosa ao peito'.
Guerreiro realizou os 208 quilómetros entre San Salvo e Roccaraso em 5:41.20 e venceu uma das mais duras etapas deste ano, deixando o espanhol Jonathan Castroviejo (Ineos) a oito segundos.
O dia de hoje é de descanso para Guerreiro e para João Almeida que foi 19.º na etapa, mas que se mantém em primeiro desde que conquistou a camisola de líder na terceira etapa.
Dia de glória para Rúben Guerreiro
O dia da maior glória até ao momento na carreira chegou aos 26 anos para o atleta da Education First. Nascido em Pegões Velhos, no concelho do Montijo, já tinha dado cartas em 2017 com a conquista do campeonato nacional de estrada. Em provas internacionais, destaque para o 9.º na geral na Volta à Bélgica. No ano passado também logrou um 17.º posto na Volta a Espanha.
No domingo, Rúben Guerreiro estava predestinado para realizar um grande feito. Isolou-se e no final fez uma grande ultrapassagem e até festejou à Cristiano Ronaldo. O ciclista português acumula agora e para já a camisola azul da montanha.
No pódio no Giro este fim de semana falou-se pois em bom português.
O herói português que vai segurando a rosa no Giro
Foi há nove etapas que o ciclista João Almeida agarrou a camisola de líder do Giro. O ciclista português até perdeu algum terreno para os mais diretos competidores para a 'maglia rosa'. Para já mantém-na e já fez história aos 22 anos. Logo a abrir o Giro foi segundo na 'crono', só batido pelo italiano Filippo Ganna no dia em que estreou a camisola de campeão do mundo da especialidade.
"Nunca estive numa prova de três semanas. Não podem ter expetativas muito altas, apenas posso dizer que vou dar o meu melhor pela minha equipa e pelo meu país". Foi assim com palavras serenas que quis baixar logo as expetativas. Mas o gosto pelas camisolas de cor esse, começou logo no primeiro dia em que agarrou a branca, a da juventude.
Foi à terceira etapa que haveria de conquistar a camisola de líder. Terminou na segunda posição atrás de Filippo Ganna. Na etapa entre Enna e o vulcão Ena, o português voltou a ser feliz tal como tinha sido Acácio Silva em 1989, o primeiro português a envergar a camisola rosa.
O português já dorme há vários dias de cor de rosa mas está consciente de que o "o pior ainda está para vir" e que será muito complicado manter a liderança do Giro até ao final.
Em ano de estreia no WorldTour, não estava de todo nos planos do ciclista de 22 anos almejar durante tantos dias a camisola de líder. Já são sete dias consecutivos a vesti-la. "Está a surpreender muita gente porque está bem, mas tem uma força interior enorme. Superar as expectativas fará com que a equipa acredite nele como uma aposta de futuro. Ao ganhar mais maturidade e resistência nos próximos anos, as suas capacidades vão melhorando e a maneira de correr irá dar-lhe mais consistência”, afirmou o selecionador nacional José Poeira, selecionador nacional de estrada em declarações à lusa.
O ciclista da equipa belga da Deceuninck-Quick-Step chega ao primeiro dia de descanso do Giro com 1.416 quilómetros percorridos em 35:35.50 horas, menos 30 segundos que o holandês Wilco Kelderman (Sunweb), antes de etapas propícias a chegadas em pelotão.
A 103.ª edição da Volta a Itália cumpre esta segunda-feira o primeiro dia de descanso e regressa na terça-feira, com a 10.ª etapa, que liga Lanciano a Tortoreto em 177 quilómetros.
Em duas rodas também brilhou Miguel Oliveira
Também em duas rodas, mas com motor Miguel Oliveira voltou a brilhar em MotoGP, terminando em 6.º lugar, numa prova em que chegou a ser 16.º.
O piloto português partiu da 12.ª posição, mas caiu para o 16.º lugar, depois de ter sido obrigado a abrandar, com a queda de Valentino Rossi que se encontrava muito próximo.
Acabou por galgar posições, terminando no sexto lugar da geral. Com este resultado, o luso é 9.º no Mundial numa prova liderada por Fabio Quartararo.
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